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SAÚDE AMBIENTAL
Saneamento e acesso à água para mulheres são temas de projeto lançado pela Funasa
- Foto: Divulgação/MS
O Ministério da Saúde, por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), e a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), lançaram nesta segunda-feira (12) as ações “Mulheres: Saúde Ambiental e Saneamento Rural”. O tema do projeto é “Transformando a vida das Marias”.
Estruturado em três etapas, o objetivo é integrar e promover políticas públicas relacionadas à água e saneamento rural com a população mais atingida e vulnerável, principalmente as mulheres que vivem em regiões de seca e difícil acesso à água tratada. As ações serão focadas em entender como a população feminina é afetada por esses problemas e como conscientizar e reverter esse quadro.
"É inconcebível que em pleno século XXI não se tenha acesso a água tratada no Brasil, umas das maiores economias do mundo. E o foco desse projeto está nas mulheres porque elas têm um papel fundamental nessas áreas”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no lançamento da iniciativa.
“Muita gente não sabe a dimensão do que é faltar água e você não saber como vai fazer para trabalhar, ir à escola, cuidar de alguém doente em casa. Esse projeto leva o nome de Maria. Isso representa muito porque 45% das famílias são chefiadas por mulheres. Quem carrega lata na cabeça somos nós, mulheres”, destacou a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Rodrigues.
As ações são feitas em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Cariri Ocidental (Cisco), região semiárida da Paraíba escolhida para receber o projeto piloto. Ao todo, são 18 municípios selecionados - área de abrangência das ações do Cisco - que possuem população vulnerável e renda per capita baixa.
Na primeira etapa, consultores selecionados irão coletar dados para uma pesquisa qualitativa e quantitativa sobre a realidade das mulheres nessa região, relacionada ao saneamento básico e acesso à água. Depois, duas capacitações lideranças do setor irão tratar desse tema, com foco na conscientização sobre o papel da mulher nessas questões, com palestras e workshops.
Na terceira etapa, mais de 50 oficinas com lideranças locais irão tratar desse tema e de várias ações, como construção de banheiro seco, reaproveitamento de água, acesso ao microcrédito e manejo de resíduos sólidos. Todas as ações do projeto são baseadas em experiências já feitas em outros países. A expectativa é que todo o processo seja concluído até o fim de 2023.
Saúde das mulheres
Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus) apontam que 273 mil internações aconteceram em razão de doenças causadas por água não tratada ou contaminada nos hospitais da rede pública, em 2019. Do total de pessoas internadas, 141 mil (51,6%) eram mulheres e 132 mil eram homens (48,4%).
O acesso pleno ao saneamento pode reduzir em 63,4% a incidência de doenças ginecológicas na população feminina com idade entre 12 e 55 anos.
Nathan Victor
Ministério da Saúde, com informações da Funasa