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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Ministério da Saúde visita obra de centro pós-covid em Ingá (PB)
Fotos: Laísa Queiroz/MS
Parte das pessoas infectadas com a covid-19 desenvolve sintomas que permanecem mesmo depois que o vírus já não está no organismo, como fadiga, tosse, alteração de memória e ansiedade. Para lidar com esses casos, que ainda não são completamente compreendidos por cientistas, a gestão municipal de Ingá, no agreste da Paraíba, está construindo um centro de reabilitação de pacientes com sequelas da doença. A obra foi visitada por uma equipe técnica do Ministério da Saúde nesta terça-feira (20).
A iniciativa conta com recurso federal, por meio dos R$ 160 milhões disponibilizados aos municípios em fevereiro deste ano – além de construir os espaços, a verba permite contratar profissionais e adquirir materiais. “O incentivo faz parte de um entendimento sobre a importância de enfrentar o coronavírus, mesmo após a infecção”, ponderou o secretário de Atenção Primária à Saúde (APS) da pasta, Raphael Câmara. “Pacientes com sintomas pós-covid precisam de assistência específica, principalmente as crianças nessas condições”, defendeu, ressaltando que o município paraibano terá uma ala infantil no estabelecimento.
Com 18,1 mil habitantes, Ingá também é destaque no Previne Brasil, o programa de financiamento federal da APS: mais de 19 mil pessoas são cadastradas na Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, cerca de 109% da população que o município tinha no último Censo do IBGE, o que representa cobertura completa dos moradores.
Além disso, nove equipes de Saúde Bucal, participação no Informatiza APS e Laboratório Regional de Próteses Dentárias (LRPD) fazem parte das ações estratégicas locais. O município tem nota 8,51 (em uma análise de zero a 10) no desempenho da APS, sendo o indicador mais bem sucedido a proporção de crianças de um ano vacinadas contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, infecções causadas por haemophilus influenzae tipo b e poliomielite inativada.
Reunião com a APS local
Na passagem por Ingá, a equipe ministerial se reuniu com gestores e profissionais de saúde da Atenção Primária. Durante o encontro, o secretário abordou a importância da vacinação contra a poliomielite, doença já erradicada no País que pode voltar a assombrar os brasileiros caso a imunização deixe de ser procurada pelas famílias. Para incentivar os cidadãos, Câmara, que é médico, aplicou a dose (oferecida em gotas, via oral) em duas crianças do município.
Também foram debatidas estratégias de monitoramento e aprimoramento dos indicadores do Previne Brasil; a implantação do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) na cidade; e a parceria entre as esferas federal e municipal para a melhoria da assistência. Para a secretária municipal de Saúde, Virgínia Leite, é essencial que o Ministério da Saúde esteja presente nos municípios dando visibilidade à Atenção Primária.
O médico Anderson Gleryston, que trabalha em uma das nove unidades básicas de saúde de Ingá, ainda ressaltou a importância do trabalho alinhado entre todos os níveis de atenção do SUS, a partir da APS, para beneficiar os usuários. “Humanização é trazer o problema para nós mesmos, acompanhar e ir atrás de soluções”, defendeu.
Além dos médicos, o encontro também contou com a presença dos enfermeiros, técnicos e agentes comunitários de saúde da APS de Ingá; autoridades locais; e promotores culturais, como o estudante Everton Bruno, que recitou um cordel de autoria própria sobre a importância da Atenção Primária na região.
CCOM/Saps/MS