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Vacinar para não voltar
Ministério da Saúde debate reforço de ações contra a poliomielite no Brasil
- Foto: Marcos Lopes
O Ministério da Saúde realizou na quinta-feira (1º), na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília, uma reunião sobre o Risco de Reintrodução da Poliomielite no Brasil, a fim de apresentar e debater ações para a manutenção da eliminação da doença, que teve seu último registro no país em 1989, na cidade de Souza, na Paraíba.
Entre os temas debatidos estão as estratégias de vacinação adotadas no Brasil; a situação global e regional da poliomielite, recomendações do Grupo Técnico Assessor (GTA) da OPAS e recomendação de vacinas segundo cenário epidemiológico de risco; a alteração do primeiro reforço da Vacina Oral Poliomielite (VOP) para Vacina Inativada Poliomielite (VIP); a contenção do Poliovírus nos laboratórios; e a vigilância ambiental da poliomielite.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, ressaltou a importância da cobertura vacinal, que vai além do território brasileiro, expandindo para toda a região das Américas. "Precisamos unir nossas competências para termos uma área livre da poliomielite. Para tanto, vamos primar por estratégias de vigilância, alerta e resposta, construindo uma saúde pública de alto nível", disse.
Em agosto, o Ministério da Saúde lançou a campanha Contra a Poliomielite com vacinação para crianças menores de cinco anos de idade, com o objetivo de atingir 14.3 milhões de pessoas dessa faixa etária.
A representante da OPAS no Brasil, Socorro Gross, destacou que "o trabalho dos parceiros para a região das Américas é importante, que a vacina no braço tem que ser pensada todos os dias e que o Brasil tem um histórico de excelência em vacinação".
Também participaram da mesa de abertura da Reunião membros do TAG (Grupo Técnico Consultivo sobre Doenças Preveníveis por Vacinação da OPAS) e da Comissão Regional de Certificação da Polio Endgame na Região das Américas.
Campanha
A campanha de Vacinação Contra a Poliomielite foi prorrogada até 30 de setembro em todo pais. As crianças menores de um ano devem ser vacinadas conforme a situação vacinal encontrada na carteirinha de vacinação para esquema básico. Já as crianças de um a quatro anos deverão ser vacinadas indiscriminadamente com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.
Números
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizados até 5 de julho de 2022, mostram que entre 1º de janeiro e 16 de agosto de 2022, foram confirmados 19 casos de poliomielite, sendo um no Afeganistão e 14 no Paquistão, dois países considerados endêmicos para a doença.
Recentemente, em novembro de 2021, um caso de poliomielite selvagem tipo 1 foi confirmado em Malawi e em 2022 quatro casos em Moçambique.
A atual situação do Malawi e Moçambique, países considerados livres da circulação desse tipo de pólio, demonstra que todos os países permanecem em risco de reintrodução da pólio até que a doença seja erradicada.
Ministério da Saúde