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DOENÇA DE ALZHEIMER
Ministério da Saúde debate Primeiro Relatório Nacional sobre a Demência nesta quarta (21)
Em alusão ao Dia Mundial da Doença de Alzheimer e ao Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, lembrados no dia 21 de setembro, o Ministério da Saúde promove uma mesa-redonda virtual sobre as impressões iniciais do Primeiro Relatório Nacional sobre a Demência. O encontro vai contar com especialistas da saúde e será realizado na própria quarta-feira (21), das 9h às 12h. Interessados podem acompanhar pelo Youtube.
O mapeamento produzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e financiado pelo Ministério da Saúde pretende fornecer um retrato detalhado sobre a demência no Brasil para apoiar o planejamento de ações no cuidado dessas pessoas e de suas famílias. O relatório completo será finalizado em 2023.
Criar estratégias e abordar o assunto com profissionais de saúde e a sociedade como um todo é uma realidade urgente e que solicita planejamento para levar o cuidado às pessoas com demência e seus familiares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, em Genebra, na Suíça, o Plano de Ação Global para as Demências 2017 – 2025, adotado por 194 países, ressaltando a necessidade urgente de medidas por parte dos governos quanto ao cuidado às pessoas com demência.
Em resposta a essa demanda, o governo brasileiro, por meio da Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa na Atenção Primária, do Departamento dos Ciclos da Vida (SAPS/MS), desenvolveu diversas iniciativas que incluem o financiamento de uma pesquisa com a Unifesp para produção do relatório, pretendendo estimar o número de pessoas com demência hoje e com projeções para o futuro, assim como a mortalidade relacionada à doença, as taxas de subdiagnóstico e o estigma relacionado.
Essa proposta vem ao encontro de outras iniciativas do governo federal, como a validação da plataforma iSupport (em curso) voltada para os cuidadores de pessoas idosas com demência e a elaboração de guias com orientações técnicas para a identificação e rastreio das síndromes geriátricas, incluindo os problemas cognitivos (demências e transtornos cognitivos leves). Tais ações contribuem para ampliar a discussão e reflexão sobre o tema, subsidiando também a tomada de decisão por parte dos gestores.
Contexto
No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência. A expectativa é que esses números tripliquem até 2050. Segundo estimativas do projeto Global Burden of Disease, os números poderão chegar a mais de 150 milhões, devido ao envelhecimento da população. Esse cenário mostra que a doença deve ser entendida como uma prioridade em saúde pública. Estimativas prévias sugerem que mais de 70% das pessoas no Brasil com demência não estão diagnosticadas e essa estimativa está sendo revisada no Primeiro Relatório Nacional, que vai usar dados mais robustos de todo o País.
A condição da pessoa com Doença de Alzheimer tem importante repercussão para a saúde dos indivíduos e suas famílias. À medida que a doença progride, a pessoa vai perdendo a autonomia e fica cada vez mais difícil fazer as atividades do dia a dia sozinho, sendo necessário um cuidador. Na maioria das vezes, esse apoio é realizado por familiares e mulheres que acabam tendo a sua própria saúde comprometida devido a essa responsabilidade.
Existem maneiras de melhorar a qualidade de vida das pessoas com demência e de seus familiares. No entanto, por ser uma doença progressiva e atualmente sem cura, a prevenção se torna ainda mais relevante. Enfermidades e comportamentos de saúde aumentam o risco de desenvolver demência: diabetes, hipertensão, tabagismo, sedentarismo, obesidade, perda auditiva, entre outros.
Recentemente, em um estudo comissionado pela revista The Lancet, foram identificados 12 fatores de risco modificáveis que são responsáveis por 40% dos casos de demência no mundo. O relatório brasileiro mostra que 11 desses fatores explicam 48% dos casos de demência. Portanto, promover ações para a prevenção e redução das taxas de subdiagnóstico, bem como a oferta de cuidados imediatos e a longo prazo, que atendam às necessidades das pessoas com demência, são fundamentais para reduzir o impacto dessa condição no Brasil.
Outras informações
Ministério da Saúde