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PREVENÇÃO
Cerca de 80% dos diagnósticos de Leucemia Mieloide Crônica ocorrem em em pessoas com 45 anos ou mais
A Leucemia Mieloide Crônica é um tipo de câncer de origem desconhecida e considerado pelo Ministério da Saúde como uma doença rara. Considera-se doença rara aquela que afeta até 65 pessoas em cada grupo de 100 mil indivíduos. Assim como os demais tipos de leucemia, ataca os glóbulos brancos, afetando os leucócitos e tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, impedindo a produção de células saudáveis do sangue.
É uma doença de evolução lenta e progressiva. Uma característica bastante singular é a presença de anormalidade genética chamada de "cromossomo Philadelphia" em amostra da medula óssea ou sangue periférico, detectada em exame de biologia molecular. Esse cromossomo é formado pela troca de material genético, que resulta no cromossomo causador deste câncer. A mutação leva a uma produção anormal de glóbulos brancos, caracterizando a leucemia.
Na semana do Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crônica, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de alerta a qualquer sinal, uma vez que a identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado oferecem melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos. A atenção primária à saúde, principal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), pode ajudar no diagnóstico e referenciamento de média e alta complexidade.
Os primeiros sintomas são brandos, como inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções e vão agravando-se gradualmente com o passar do tempo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), instituto federal vinculado ao Ministério da Saúde, são esperados para o triênio 2020-2022 cerca de 5,9 mil casos de leucemias em homens e de 4,8 mil em mulheres.
Esse tipo de câncer pode ocorrer em qualquer sexo, raça e faixa etária e não está associado a síndromes genéticas constitucionais ou a agentes infecciosos, sendo o único fator de risco conhecido até o momento a exposição à radiação ionizante.
Diagnóstico
Cerca de 10% dos casos de Leucemia Mieloide Crônica são diagnosticados já em fase avançada. O diagnóstico é dado mediante avaliação médica com base nos sintomas, exame físico, hemograma completo, mielograma (aspirado de medula óssea) ou biópsia de medula óssea, no caso de aspirado seco devido à fibrose medular moderada ou intensa e exame de citogenética positivo para o cromossoma Philadelphia (Ph+) em amostra de medula óssea ou exame de biologia molecular positivo (PCR) em sangue periférico ou medula óssea para a transloação entre os cromossomos 9 e 22, que detecta a fusão entre os genes BCR e ABL.
Sinais e sintomas
Com o passar do tempo, a doença evolui para outros sintomas, como palidez, cansaço e mal-estar, dor no lado esquerdo do abdômen, suor excessivo, principalmente à noite; perda de peso, sangramento fácil, além de hematomas e hemorragias nasais frequentes.
Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece de forma integral e gratuita todo o tratamento e assistência necessários aos pacientes com Leucemia Mieloide Crônica, sejam crianças, adolescentes ou adultos. O tratamento é realizado pelos estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), que oferecem, a depender de cada caso, cirurgia oncológica, radioterapia, quimioterapia (oncologia clínica, hematologia e oncologia pediátrica), medidas de suporte, reabilitação e cuidados paliativos.
O tratamento da Leucemia Mieloide Crônica é baseado na destruição das células leucêmicas, mediante o uso de medicamentos específicos que inibem a alteração genética do "cromossomo Philadelphia". O transplante de medula óssea também pode ser indicado, se necessário, a depender do caso, quando houver resposta insatisfatória ao tratamento inicial.
Ministério da Saúde