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OUTUBRO ROSA
Tratamento contra o câncer de mama por meio do SUS salvou a vida de Fátima
- Foto: Arquivo pessoal
Após observar o mamilo direito retraído, Fátima Castro resolveu ir ao ginecologista para fazer uma avaliação. Foi em um exame de ressonância que o médico detectou um nódulo espiculado escondido atrás do mamilo. “A sensação que eu tive foi de morte. Passei uma semana aérea, até tomar uma atitude”, confessa Fátima.
Moradora do Guará (DF), Fátima, hoje com 59 anos de idade, descobriu o câncer de mama em 2015. Apesar do susto com o diagnóstico, foi em busca de tratamento com o pensamento positivo. “Eu falei para mim mesma: você só tem duas opções. Ou você encara ou você desiste. Eu nunca considerei a segunda opção, então segui em frente”, relembra.
Fátima passou pela primeira cirurgia com o objetivo de tirar uma parte do tumor para biópsia. O resultado acusou um tumor maligno, então foi necessário retirar o quadrante central da mama direita.
Ao longo do tratamento, Fátima fez quatro quimioterapias e 35 radioterapias. ”Até hoje faço complemento no Hospital de Base, exames periódicos e tomo remédios que o hospital fornece”, conta ela, que também sentiu a perda do longo cabelo. “Eu cheguei a comprar peruca antes mesmo de ficar careca. Ninguém me viu careca. Nem meus vizinhos de varanda sabiam que eu estava doente”, assume Fátima.
Muitas vezes a autoestima pode estar diretamente ligada à aparência. Fátima confidencia que esse período foi muito difícil, pois além dos cabelos, perdeu os cílios, sobrancelhas, as unhas e uma parte da mama, mas sabia que era temporário e iria vencer essa batalha. “A minha família foi meu pilar. Na época eu tinha um namorado que foi muito presente. Esteve comigo na entrada e na saída das cirurgias. A gente não vive sem esse apoio”, declara.
Fátima teve boa reação às sessões de quimioterapia e não quis se afastar do trabalho. “Outra lembrança ruim é o paladar. Tudo o que eu comia tinha gosto de ferro. Não sentia gosto de nada. Não tinha noção da quantidade de sal, precisava de ajuda”, relata.
Ainda por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), Fátima realizou a cirurgia de reconstrução mamária. A médica retirou uma parte da outra mama para igualar as duas e também aproveitou um pouco da pele da pálpebra para reconstruir o mamilo. A mama não é a mesma de antes, mas Fátima se sentiu muito bem ao ver o resultado.
Hoje ela se sente vitoriosa e mais esperta do que nunca. “Eu fiquei mais sensível aos sinais do meu corpo e gostaria que outras mulheres também estivessem alertas. Para quem está no processo de cura, não desista e não tenha vergonha de pedir ajuda. O SUS tem portas abertas para o tratamento, mas a família e os amigos também podem apoiar”, conclui Fátima.
Karol Ribeiro
Ministério da Saúde