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OUTUBRO ROSA
"Hoje eu estou viva graças a Deus e ao SUS”, conta Cida, após tratamento contra o câncer de mama
- Foto: Arquivo pessoal
“A quimioterapia é para matar a doença e não a mim”. Foi com esse pensamento que Cida Oliveira, moradora de Planaltina (DF), hoje com 51 anos de idade, passou pelo tratamento contra o câncer de mama. A doença foi descoberta em 2019, a partir de um sonho, e vencida com muita fé e determinação. “No sonho, um anjo me avisava que eu estava com câncer na mama direita, mas eu não precisava me preocupar, porque era curável”, relembra Cida.
Depois do sonho, Cidinha, como gosta de ser chamada, foi direto fazer um check up e, em seguida, recebeu a notícia do diagnóstico. “A cena foi igual. Me avisaram que era curável, então comecei o tratamento bem confiante”, conta, reforçando que se sentiu bastante acolhida no Sistema Único de Saúde (SUS). Após a realização dos exames, começou a quimioterapia.
A quimio é um dos principais tratamentos utilizados para combater o câncer, entretanto, pode causar diferentes efeitos colaterais, como a queda de cabelo. Cida confessa que o processo foi sofrido. Ainda assim, ao se olhar no espelho após os cabelos caírem, recorda que se sentiu linda. “Meus cabelos caíram com 15 dias de tratamento e, mesmo assim, me senti bem, diferente, mas bem e linda”, conta.
Durante a quimioterapia é necessário um cuidado maior com a alimentação, pois as modificações no paladar podem ocasionar náuseas, vômitos, feridas na boca, diarreia e outros fatores capazes de prejudicar a recuperação. Cidinha procurou uma alimentação adequada no Posto de Saúde próximo de casa. “Existem muitos profissionais bons no SUS para fazer esse acompanhamento, além de recursos como caminhadas, atendimento com psicólogo, exercícios nos centros olímpicos, enfim, muita opção que o paciente pode aproveitar ao longo do tratamento”, explica.
Além desses recursos, Cida enfatiza que a família é um apoio de grande valor. “Meu filho mora em Goiânia e quase largou o emprego para cuidar de mim. Eu disse que não era necessário porque sabia que ia sobreviver. Por outro lado, meu marido achava que eu ia morrer e me abandonou. O meu filho foi o meu braço direito nessa luta”, admite Cidinha, que também percebeu que muitas pessoas enxergam pacientes oncológicos com discriminação.
Como parte do tratamento, Cida precisaria retirar uma mama, mas preferiu retirar as duas por precaução. “Após dois meses, fiz a reconstrução mamária pelo SUS e fiquei muito satisfeita. Na hora gritei: ‘que maravilha’! Eu sempre enxergo as coisas pelo lado positivo e após todo esse processo, me sinto uma pessoa transformada, com mais vontade de viver”, conta.
Cidinha sentiu na pele a medicina humanizada. “Eu sou grata aos médicos que caminharam junto comigo e mais ainda por tudo que o SUS me ofereceu. Hoje eu estou viva graças a Deus e ao SUS”. Ela também fez questão de deixar um recado para outras mulheres que estão lutando contra o câncer de mama. “É hora de ter fé, determinação e procurar os recursos do Sistema Único de Saúde, pois o diagnóstico não é o fim”, conclui.
Karol Ribeiro
Ministério da Saúde