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AMOR PARA RECOMEÇAR
Doação de Órgãos: transplante de coração salvou a vida de Eduardo
- Foto: Arquivo pessoal
Poucas pessoas sabem o que significa passar a infância e a adolescência com cardiopatia congênita complexa. Desde o nascimento de Eduardo Oliveira, hoje com 27 anos de idade, a mãe percebia que ele ficava roxo e cansava bastante. “Fui diagnosticado com esta doença e, aos 11 meses, fiz minha primeira cirurgia. Ao longo dos anos foram quatro cirurgias, até entrar na fila de transplante”, conta ele.
Eduardo é natural da cidade do Gama/DF. Ele relata que a vida antes do transplante era bem limitada, pois passou a maior parte do tempo dentro de um hospital. “Eu não podia fazer esforço. Não podia andar, porque me cansava. Quando eu tomava banho, saía roxo de tão cansado. Até amarrar um tênis me deixava exausto”, explica.
O período escolar também foi conturbado. “Era normal passar mal na escola. Assim que entrei na fila de transplante, eu estava tão debilitado, que os poucos dias que compareci às aulas, fui com cilindro de oxigênio”, relembra Eduardo. Por conta da doença, o atraso escolar foi grande e ele não conseguiu se formar no tempo certo. Mas depois de quase dois anos de espera, aos 16 anos de idade, Eduardo conseguiu um novo coração.
“A doadora era uma mulher de 24 anos. Agradeço muito a ela e a toda família”, diz Eduardo. Após a cirurgia, ele ficou três meses internado. Quando teve alta, foi para casa e começou a se adaptar a uma vida normal. “Fui percebendo que a cada dia eu estava com mais condicionamento físico e melhor qualidade de vida. Até participei de uma corrida na Esplanada dos Ministérios”, descreve.
Eduardo também voltou a estudar. Atualmente, é formado em Gestão de Recursos Humanos e está à espera de uma oportunidade no mercado de trabalho. “Hoje estou muito bem e chegando aos 11 anos de transplantado. O transplante de coração salvou a minha vida”, relata.
Realidade no Brasil
O maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população brasileira de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes. Em 2021, foram feitos cerca de 23,5 mil procedimentos. Desse total, cerca de 4,8 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão. O país tem mais de 600 hospitais de transplantes autorizados.
Um único doador pode beneficiar até oito pessoas com o transplante de órgãos e tecidos. Esse ato de amor e solidariedade é tema da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos de 2022, que destaca a importância de se declarar um doador.
Karol Ribeiro
Ministério da Saúde