Notícias
OUTUBRO ROSA
Diagnóstico precoce do câncer de mama salvou a vida de Patrícia
- Foto: Arquivo pessoal
“Depois que a minha irmã puxou minha orelha, eu fiz o autoexame durante o banho e senti um caroço bem duro. Na hora soube que era câncer, até porque, temos histórico de câncer de mama na família”, conta Patrícia. O ano de 2021 mudou completamente depois dessa notícia. Por meio da irmã, que descobriu a doença na mesma época, Patrícia foi convencida a realizar exames.
Apesar de não ser o único responsável pelas condições que acometem a população, o histórico familiar de doenças tem peso e é uma importante ferramenta de prevenção. “Eu realmente não sei como não percebi antes. A gente não toca o próprio corpo”, admite Patrícia, hoje com 47 anos de idade. Para realizar a biópsia, ela recebeu um encaminhamento do posto de saúde perto de casa para o hospital onde realizou todo o tratamento.
Natural e moradora de Curitiba (PR), ela conta que o tratamento foi dolorido, mas em nenhum momento se desesperou. “Chorei mais com a trajetória da minha irmã do que comigo mesma, porque eu sabia que daria conta”, diz, lembrando que pediu a Deus para ter coragem de enfrentar o que vinha pela frente, como as náuseas, dores e a queda de cabelo, mesmo sentindo que esses obstáculos seriam passageiros.
A leveza foi a forma que Patrícia encontrou para seguir com o tratamento contra o câncer de mama. Para ela, os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) não deixam a parte da humanidade de lado, o que conforta a maioria das pacientes. “Eu também tive muito apoio da minha família. Foi crucial ter amigos, colegas de profissão e alunos comigo nessa luta”, conta.
A escola em que Patrícia trabalha fica ao lado de casa. Isso facilitou a proximidade dos alunos, que queriam mandar mensagens e até mesmo visitá-la. “Foi tão bom receber esse carinho. Foi uma rede de oração e de muitas energias boas. Aquela torcida me fortalecia todos os dias. Eu sempre pensava no aluno, nos pais e mães e nas palavras que eles me falavam para não desistir, que ia dar tudo certo”, relembra.
Em razão da queda do cabelo, causada pela quimioterapia, Patrícia decidiu comprar uma peruca. Abusar das cores da moda também foi uma estratégia para ajudar com a autoestima. Ela conta que, quando ia ao hospital, colava cílios postiços, maquiagem e roupas coloridas, já que também teve queda dos cílios e da sobrancelha. “A pessoa não se reconhece. Foi quando eu realmente enxerguei a doença em mim”, confessa.
Por conta do forte histórico familiar, a recomendação médica para Patrícia foi retirar as duas mamas e, em seguida, colocar próteses de silicone. No primeiro mutirão de reconstrução mamária de pacientes mastectomizadas do SUS, ela colocou a prótese definitiva.
A professora declara estar em uma das melhores fases da vida. “Eu tenho um bordão próprio, que é ‘bora viver’. Antes desse processo, eu só pensava em ir trabalhar e depois ir para casa. Eu nem conhecia os parques de Curitiba. Hoje faço parte de um grupo de incentivo de mulheres que estão passando ou passaram pelo câncer”, explica.
Patrícia reforça a importância de todas as mulheres realizarem exames de rotina e se priorizarem, pois o corpo dá sinais e com o diagnóstico precoce, a chance de tratamento e cura é muito maior. “Eu descobri que quero viver. Não digo mais ‘não’ para a vida”, conclui.
Karol Ribeiro
Ministério da Saúde