Atividade física: comportamento sedentário em idosos pode ter desfecho grave para a saúde

A prática de atividades físicas é benéfica em todas as fases da vida, sobretudo, no processo de envelhecimento humano. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo (SBGG/SP), 20% das doenças têm influência genética familiar, mas há influência de 50% do estilo de vida. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), em idosos, comportamentos sedentários estão associados aos seguintes desfechos:

• Mortalidade por todas as causas;
• Doenças cardiovasculares;
• Câncer;
• Diabetes tipo 2;
• Hipertensão arterial.

Neste cenário, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira , produzido pelo Ministério da Saúde, orienta públicos de todas as idades sobre a prática de atividades. As recomendações para os idosos são:

• Pelo menos 150 minutos por semana de prática de atividades físicas moderadas: a respiração e os batimentos do coração vão aumentar moderadamente;
• Ou pelo menos 75 minutos por semana de prática de atividades físicas vigorosas: a respiração será mais rápida e os batimentos do coração vão aumentar muito;
• É possível combinar atividades físicas moderadas e vigorosas para alcançar a recomendação semanal;
• Inclua atividades de fortalecimento muscular e equilíbrio em sua rotina, de duas a três vezes na semana, em dias alternados;
• Reduza o tempo em que você permanece sentado ou deitado assistindo a TV ou usando o celular;
• A cada uma hora em comportamento sedentário, movimente-se por cinco minutos.

O guia explica que a atividade física consiste em um comportamento que envolve os movimentos voluntários do corpo, com gasto de energia acima do nível de repouso. Alongamento, dança, caminhadas até o mercado, subir e descer escadas, varrer a casa, fazer jardinagem, passear com animal de estimação e diversas outras ações diárias são consideradas atividades físicas.

O Guia de Atividade Física aponta, ainda, os benefícios da prática durante o envelhecimento:

• Promove o desenvolvimento humano e bem-estar, ajudando a desfrutar de uma vida plena com melhor qualidade;
• Melhora as habilidades de socialização por meio da participação em atividades em grupo;
• Aumenta a energia, disposição, autonomia e independência para realizar as atividades do dia a dia;
• Reduz o cansaço durante o dia;
• Melhora a capacidade de se movimentar e fortalece músculos e ossos;
• Reduz dores nas articulações e nas costas;
• Melhora a postura e o equilíbrio;
• Reduz o risco de quedas e lesões;
• Melhora a qualidade do sono;
• Melhora a autoestima e autoimagem;
• Auxilia no controle do peso corporal;
• Reduz os sintomas de ansiedade e depressão;
• Ajuda no controle da pressão alta;
• Reduz o colesterol;
• Melhora a saúde dos pulmões e circulação;
• Ajuda na manutenção da memória, atenção, concentração, raciocínio e foco;
• Reduz o risco para demência, como a doença de Alzheimer.

Caso a pessoa não consiga alcançar as recomendações de frequência e tempo para a prática de atividade física, é importante lembrar que qualquer atividade, no tempo e lugar em que for possível, é melhor do que ficar parado. O hábito se constrói aos poucos.

Fran Martins
Ministério da Saúde