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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Governo federal se une à Secretaria de Saúde do Amapá e capacita 65 profissionais em Oiapoque para inserção de DIU
Foto: Gabriel Maciel
“Toda mulher deve ter seu direito reprodutivo garantido e o DIU faz parte dessa estratégia”, com essas palavras o médico Marcos Fredson abriu a oficina para qualificação de 65 profissionais médicos para implante do contraceptivo, realizada pela Secretaria de Saúde Estadual do Amapá nos dias 10 e 11 de novembro. Agenda é fruto da articulação Intersetorial entre poderes para execução da Ação Nacional "Prevenção da gravidez na adolescência -- AGIR AGORA: cada adolescente, uma realidade"
Teórica e prática, a capacitação qualificou médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Para isso, o Ministério da Saúde contou com a participação de duas médicas na comitiva técnica, Denise Ocampos e Fabiane Miranda.
"A gente percebe que é uma população muito necessitada de um trabalho como esse, através da capacitação vamos proporcionar para a população um cuidado integral. O DIU é um método muito bom e recomendado para as adolescentes, pois ela pode ficar 10 anos com ele, construir a sua vida e retirar quando quiser para ter o seu filho", destacou Denise.
A cidade é a primeira do estado a receber o protocolo do Plano Estadual de Prevenção à Gravidez na Adolescência, e como uma das formas de prevenção, Oiapoque foi abastecida com os Dispositivos IntraUterinos (DIU), a disposição da população nas UBSs e no Hospital Estadual de Oiapoque.
Foto: Gabriel Maciel
Para médico Fabian Marcel, que participou da formação, o encontro foi excelente e contribuirá para sua rotina de atendimentos. “Decidi vir para me aprimorar e por entender que é de suma importância o uso desse método contraceptivo nas mulheres, principalmente nas adolescentes. A oficina teve profissionais qualificados, com uma didática de ensino muito boa. Aprendi a técnica, e quando tiver necessidade nas campanhas de métodos contraceptivos, já vou estar apto para implantar o DIU”, explicou.
Fredson, que também é articulador da ação e atua na Unidade Básica de Saúde de Vila Vitória, definiu a qualificação como um grande marco para os trabalhos de prevenção à gravidez na fronteira. "Acredito que essa capacitação tem uma relevância social. Com essa capacitação vamos ampliar o serviço na rede de atenção primária, garantindo a todas as mulheres esse serviço", garantiu o médico.
Atuação nos estados e municípios
A visita da comitiva ministerial ao Amapá faz parte das ações para execução do Plano Estadual de Prevenção à Gravidez na Adolescência, que busca levar as informações para a população, capacitar os profissionais de saúde e implementar o plano nas unidades básicas de saúde do município. O projeto foi lançado no começo em junho de 2021, quando o estado desenvolveu um plano adaptado ao que preconiza a Ação Nacional “Prevenção da gravidez na adolescência – agir agora: cada adolescente, uma realidade”, elaborado pela Coordenação de Puericultura do Ministério da Saúde.
Foto: Gabriel Maciel
“De lá para cá, a SES do Amapá trabalhou para aprimorar as ações federais, Oiapoque mostrou interesse, e partir disso, desenvolveram uma atividade diferenciada. Pensada para uma região específica, Vila Vitória, que tem fronteira com Guiana, conta com população indígena e quilombola e é também área de grande circulação de pessoas”, detalhou Gracielly Delgado, técnica do Ministério da Saúde e articuladora.
Já a Coordenadora de ciclos de vida da SES do Amapá, Rai Nunes destaca que as ações fomentadas pelo I Workshop transfronteiriço se configuram como uma oportunidade para fortalecer o SUS. “Esse movimento busca ampliar e dar mais força às estratégias de implementação do plano estadual de prevenção da gravidez na adolescência, bem como de responsabilidades compartilhadas entre as três esferas de gestão do SUS, para a efetivação do cuidado com a saúde sexual e saúde reprodutiva de adolescentes da fronteira", explicou.
Próximas etapas - Plano Estadual de Prevenção à Gravidez na Adolescência
A equipe da Coordenação de Puericultura (Copue/MS) acompanhará o desenvolvimento das ações planejadas pela Unidade Básica de Saúde. “Será a primeira UBS ‘amigável’ aos adolescentes do estado. A ideia é trabalhar para lançar essa ‘sugestão de modalidade’ com estratégia desenhada, plano de ação e com foco na facilitação do atendimento, na cobertura vacinal e no desenvolvimento de atividades coletiva, saúde mental, sexualidade responsável e planejamento familiar, pensando a reorganização desse serviço para que possam atender as especificidades da população adolescente”, elencou Gracielly.