Notícias
RECONHECIMENTO
Em conferência, Saúde vai entregar prêmio a personalidades que lutaram pelos direitos dos povos indígenas
A 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, que acontece entre os dias 14 a 18 de novembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF), será marcada pela entrega da comenda Maninha Xukuru-Kariri. O prêmio está destinado a três personalidades brasileiras cujas contribuições foram marcantes na luta por direitos e melhorias da saúde dos povos indígenas no Brasil.
Os três homenageados serão: Ailson dos Santos (Yssô Truká), no Segmento Usuário; Maria do Carmo Andrade Filha (Carmem Pankararu), no Segmento Trabalhador e Ubiratan Pedrosa Moreira, no Segmento Gestor.
Comenda Maninha Xukuru-Kariri
Etelvina Santana da Silva, conhecida como Maninha Xukuru-Kariri, nasceu em 1966, na aldeia Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, interior do estado de Alagoas e sempre se orgulhou de ser descendente de uma família de guerreiros. Seu avô, cacique Alfredo Celestino, ao lado de outras lideranças indígenas, viajava dias a pé para cobrar das autoridades a devolução das terras que haviam sido tomadas por fazendeiros e latifundiários ao longo dos anos.
Aos vinte anos, seguiu para Recife, objetivando vencer na vida e cursar medicina, mas após dois anos de trabalho retornou para sua aldeia para vencer na terra onde nasceu. Por toda a sua luta, Maninha tornou-se uma das grandes lideranças indígenas de Alagoas e do Brasil. Liderou a luta do povo Xukuru-Kariri por anos, enfrentando a perda constante de territórios e os interesses financeiros sobre a terra de seu povo. Como seus antepassados, ela também liderou movimentos de conquista e se tornou admirada e respeitada por todo o mundo.
Maninha Xukuru-Kariri combateu o preconceito na condição de mulher e indígena. Foi indicada no ano 2000 pelo Projeto “1000 mulheres”, ao prêmio Nobel da Paz. No dia 11 de outubro de 2006, Etilvina da Silva, a Maninha, morreu, mas recebeu in memoriam, o prêmio “Renildo José dos Santos”, destinado aos que se dedicam à defesa dos direitos humanos, na categoria “Defesa da Identidade Cultural”.
Ministério da Saúde