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Parceria entre Fiocruz e farmacêutica alemã garante autonomia nacional na produção de medicamento contra Parkinson
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim anunciaram a conclusão da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para a fabricação do medicamento para tratamento contra a doença de Parkinson no Brasil, o pramipexol.
O anúncio ocorreu na quarta-feira (30), em cerimônia na Embaixada da Alemanha, em Brasília (DF), e contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A PDP firmada entre o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) – considerado o maior laboratório farmacêutico oficial vinculado ao Ministério da Saúde – e a indústria alemã permitiu o fornecimento, ao longo dos últimos oito anos, de mais de 121 milhões de unidades farmacêuticas, fabricadas pela indústria alemã, ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Desde 2018, Farmanguinhos deu início à fabricação interna de todas as etapas produtivas do medicamento, totalizando o fornecimento de 97.265.140 unidades do pramipexol aos pacientes do SUS. Para o ano de 2022, estima-se a demanda de mais de 30 milhões de unidades farmacêuticas, nas concentrações de 0,125mg, 0,250mg e 1,000mg, o suficiente para atender milhares de brasileiros e brasileiras para tratar a Doença de Parkinson.
“A conclusão de mais uma parceria pela Fiocruz demonstra a importância do instrumento das parcerias de desenvolvimento produtivo para a incorporação de tecnologia de produtos cruciais para o sistema de saúde, garantindo o acesso dos benefícios da ciência pela população”, destaca o vice-presidente da Fiocruz, Marco Krieger.
Para o presidente da Boehringer Ingelheim do Brasil, Marc Hasson, a PDP é de extrema relevância para a autonomia nacional na produção de medicamentos. “Dessa forma, os pacientes que têm a doença de Parkinson poderão se beneficiar e ter acesso ao tratamento”, reforça.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que mais de 200 mil pessoas convivem com a enfermidade no Brasil. “O medicamento oferece benefícios ao paciente, uma vez que estabiliza a doença e propicia melhor qualidade de vida. Por outro lado, a nacionalização deste IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) por uma farmoquímica nacional garante o fornecimento de um produto de qualidade, seguindo as regras sanitárias da Anvisa, fortalecendo nossa capacidade de absorção de tecnologias e gerando emprego e mão-de-obra qualificada no Brasil”, conclui o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça.
Além deles, estiveram presentes na solenidade o embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, o presidente da Nortec, Marcelo Mansur, dentre outras autoridades e lideranças.
Doença de Parkison
É uma enfermidade degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada pela degeneração de células que produzem a dopamina em uma região do cérebro. A dopamina é uma substância importante para o bom funcionamento do sistema nervoso central e sua redução ou ausência causam problemas nos movimentos dos músculos do corpo. O quadro pode levar a tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, alterações na fala e na escrita.
A doença pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social. Porém, tende a afetar pessoas mais idosas, já que a grande maioria das pessoas tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade. Um por cento das pessoas com mais de 65 anos têm a doença de Parkinson.
Farmanguinhos
A unidade técnico-científica da Fiocruz fornece 33 importantes medicamentos ao SUS para o tratamento de doenças, como tuberculose, malária, Parkinson, HIV/Aids, entre outras. Além de pesquisar, desenvolver e produzir medicamentos essenciais para a população brasileira, a unidade se destaca ainda na luta pela redução de custos de medicamentos, permitindo a ampliação do acesso de mais pessoas aos programas de saúde pública.
Ministério da Saúde, com informações da Boehringer Ingelheim e da Fiocruz