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SAÚDE RESPIRATÓRIA
Em 2021, SUS registrou 1,3 milhão de atendimentos a pacientes com asma na Atenção Primária à Saúde
A asma é um dos problemas de saúde respiratória mais recorrentes no Brasil. Estima-se que 23,2% da população viva com a doença, e a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões do País. Em 2021, foram realizados 1,3 milhão de atendimentos na Atenção Primária à Saúde, a porta de entrada do brasileiro ao Sistema Único de Saúde (SUS). O número corresponde a, aproximadamente, 231 mil consultas a mais que o ano anterior.
Neste Dia Mundial de Combate a Asma, celebrado nesta quarta-feira (4), o Ministério da Saúde chama a atenção para o problema. Dados da pasta apontam ainda que os meses de maio e junho de 2021 registraram o pico de atendimentos (cerca de 158 mil), o que coincidiu com um período crítico da pandemia de Covid-19 no País, com crescimento de casos e flexibilização do isolamento e distanciamento social.
A diretora do Departamento de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Juliana Rezende, falou sobre este problema de saúde. “A partir de julho, o número de consultas de pacientes com asma diminuiu significativamente nas unidades básicas de saúde, por redução dos casos de Covid-19, fator de risco para piora do quadro. Vale lembrar que o Brasil é um dos poucos países do mundo a disponibilizar gratuitamente o tratamento para a doença”.
Para dar mais assistência a pacientes asmáticos, o Governo Federal lançou em março de 2022, em parceria com o Iats, a Linha de Cuidados de Asma. Ela está disponível online para orientar pacientes, gestores e profissionais de saúde sobre o fluxo de atendimento para a doença no SUS. Além disso, o Programa Nacional de controle ao Tabagismo (PNTC) orienta a atuação profissional nas unidades da Atenção Primária.
O PNTC ajuda os profissionais no acompanhamento e manejo de fumantes ativos e passivos e para a cessação do uso do tabaco, importante fator de risco para a asma. Em 2021, o Ministério da Saúde publicou ainda o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Asma. O documento traz recomendações e orientações aos profissionais de saúde sobre critérios para o diagnóstico da asma e os tipos de tratamentos disponíveis no SUS.
O Brasil conta ainda com a Tele-Espirometria para Suporte ao Atendimento de Pessoas com Doenças Pulmonares Crônicas. O projeto trata da aquisição de equipamentos para as UBS para suporte no atendimento à asma e a doenças pulmonares crônicas, e conta com a oferta de espirômetros portáteis (aparelho que avalia a capacidade dos pulmões); capacitação de profissionais para a realização do exame; implantação de um sistema de transmissão do exame; emissão e envio de laudo por via eletrônica à unidade solicitante.
O que é a asma?
Caracterizada como uma doença heterogênea, que pode acometer todas as faixas etárias, a asma é usualmente identificada como uma doença crônica não transmissível inflamatória das vias aéreas ou brônquios, definida pela história clínica e sintomas respiratórios.
As UBS são capacitadas para oferecer ações de prevenção de agravos e de promoção da saúde (por meio de atividades individuais e coletivas) e acompanhamento longitudinal dos casos suspeitos ou já diagnosticados, oferecendo atenção integral para a população.
Quais são os sintomas da asma?
Os sintomas mais comuns são:
- falta de ar ou dificuldade para respirar;
- sensação de aperto no peito ou peito pesado;
- chio ou chiado no peito;
- tosse.
Eles variam em severidade e frequência de pessoa para pessoa (podem ocorrer várias vezes ao dia ou semana em indivíduos afetados, piorando à noite ou de madrugada e com as atividades físicas), e podem desencadear outros quadros, como insônia, fadiga diurna, redução dos níveis de atividade e absenteísmo escolar e profissional.
Durante uma crise de asma, o revestimento dos brônquios torna-se edemaciado, estreitando as vias aéreas e reduzindo o fluxo de ar, tanto na inspiração, quanto na expiração pulmonar. Embora não tenha cura, o tratamento adequado da asma pode controlar os sintomas e crises, melhorando e estabilizando a função pulmonar e melhorando a qualidade de vida.
O Ministério da Saúde orienta que ao sentir os sintomas ou qualquer dificuldade respiratória não-emergencial, é indicado procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência. Quando necessário, o paciente receberá o encaminhamento para a atenção especializada (podendo incluir consultas com pneumologistas, fisioterapeutas respiratórios e, quando necessário, psicólogos) ou para as unidades de pronto atendimento e hospitais, em casos de crises graves.
Laísa Queiroz
Ministério da Saúde