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TELESSAÚDE
Mesa de debates: especialistas discutem cuidado via telemedicina e teleatendimento
Com o objetivo de garantir o acesso à saúde de qualidade para todos os brasileiros, o Governo Federal regulamentou a Telessaúde no País e abriu uma série de debates para discutir esse tema. Na manhã desta sexta-feira (3), o Ministério da Saúde iniciou a conversa, em conjunto com especialistas, com o tema “Cuidado em Atenção Primária à Saúde via Telemedicina e Teleatendimento”.
Segundo a diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (DAPS), Lana de Lourdes, um dos maiores enfoques da seção é a saúde materno-infantil, que tem como objetivo reduzir a mortalidade materna. “A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não era um cenário tão frequente para gestantes serem internadas e receberem cuidados, mas na pandemia isso se tornou mais prevalente”, explica.
Atualmente, a TeleUTI Obstetrícia, consolidada na pandemia da Covid-19 e agora em fase de expansão, é o maior projeto do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), que possui parceria com o Ministério da Saúde. Esse programa é baseado em três pilares. O primeiro pilar é a capacitação à distância, onde é utilizado os protocolos validados com a Pasta. O segundo é o resgate desse conteúdo em capacitações síncronas. Por último, a utilização de teleinterconsulta por pacientes selecionados pelos serviços à distância com monitoramentos dos resultados.
A gestora administrativa do Programa de Saúde Digital do HC, Paula Scudeller, esclarece que em meados de 2020, a Instituição entendeu que precisava criar um direcionamento diferente para continuar com os atendimentos, pois recebiam pacientes de todo o Brasil. Nesse âmbito, se criou um eixo estratégico de saúde digital apoiado pelo programa Programa Better Health (BHP) do Reino Unido. “Os resultados foram muito bons, porque as equipes de terapia intensiva e obstetrícia trabalharam rápido para capacitar os profissionais e atender com qualidade as gestantes”, conta Paula.
Outro projeto do Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas, tem foco também na rede materno-infantil, com objetivo de auxiliar e ajudar o estado nessa área. Para o médico e representante da universidade, Pedro Elias, os atendimentos de saúde precisam ser feitos de maneira rápida e o estado exige um processo diferente do restante do País, pois grande parte da população amazonense vive no interior. “Esse projeto traz um grande alento, sobretudo para aqueles que vivem em regiões remotas em que a distância é um fator crítico”, avalia ele.
Além disso, no âmbito da saúde mental, a Pasta prevê dois projetos de Teleconsulta. O primeiro é para o enfrentamento dos impactos na Saúde Mental da população brasileira causada pela Covid-19. Segundo a Denise Amino, da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, a alta prevalência dos transtornos mentais e a era digital, exigiram ampliação no acesso das pessoas através de Telecomsulta de Psiquiatria e Psicologia.
O segundo projeto nessa temática é chamado de Linha Vida 196 - projeto piloto de sistema de atendimento multicanal para suporte, acolhimento e direcionamento para prevenção ao suicídio e automutilação no Distrito Federal.
Telessaúde em debate
Após o evento que marcou a assinatura da portaria que regulamenta a telessaúde no Brasil, o Ministério da Saúde deu espaço para debates e discussões sobre essa tema. Vários especialistas, médicos, gestores, parlamentares, representantes de entidades e de universidades abordam os desafios e perspectivas da saúde digital dentro de várias áreas. Os debates ocorrem ao longo dessa quinta (2) e sexta-feira (3) com transmissão ao vivo. O conteúdo completo e na íntegra, além da programação, pode ser acessado na página especial: gov.br/telessaude.
Karol Ribeiro
Ministério da Saúde