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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Especialistas discutem o impacto das novas tecnologias nos serviços de saúde
- Foto: Walterson Rosa/MS
A integração da Inteligência Artificial como ferramenta das equipes de saúde foi tema de mais uma mesa de discussão promovida pelo Ministério da Saúde nessa quinta-feira (2). A série de debates ocorre após a assinatura da portaria que regulamenta a Telessaúde e amplia o acesso à saúde em áreas remotas do Brasil.
Assim como a Telemedicina é fundamental para resolver a questão do acesso com qualidade do atendimento em um país continental como o Brasil, a Inteligência Artificial aproveita a enorme quantidade de informação para auxiliar com soluções rápidas e precisas. Os especialistas alertaram que este novo paradigma vem acompanhado do cuidado e segurança com os dados clínicos das pessoas. A mediação da mesa foi da jornalista Lilian Tahan, diretora executiva do portal Metrópoles.
Daniela Fortunato, que representou o Ministério da Saúde no debate, apresentou as iniciativas da Pasta na área e trouxe diversos pontos de reflexão. “O desafio que temos é integrar a Atenção Primária com a alta e média complexidade e a telemedicina e Inteligência Artificial são fundamentais para esse processo”, defendeu a Coordenadora de Evidências Científicas do Departamento de Ciência e Tecnologia. Daniela enumerou ainda as ações em telemedicina e inteligência artificial executadas em parceria com grandes hospitais do país através do Proadi-SUS. Um dos destaques é o projeto Genomas Brasil, que faz parte do programa de inovação.
O segundo palestrante foi Chao Lug Wen, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que apontou como essas ferramentas auxiliam não apenas na consulta “mas representam uma linha de cuidados continuado, que são feitos com logística e informação”. Para o médico, o debate fundamental neste momento é a importância de se fazer um prontuário eletrônico unificado no país. O cardiologista Roberto Botelho, Conselheiro Médico da Conexa Saúde, levantou a importância da tecnologia como auxílio para a tomada de decisão de cada paciente. “O impacto da Inteligência Artificial na cardiologia amplia o cuidado com o paciente inclusive dentro da casa dele”, indicou o médico.
Pedro Vieira Santana, coordenador médico do Hospital Albert Einstein, falou do projeto em parceria com Ministério da Saúde que está elaborando uma plataforma nacional com o armazenamento de imagens médicas e Inteligência Artificial do SUS. “O profissional de uma UBS pode subir a imagem para o sistema que, em questão de segundos, apresenta uma indicação de diagnóstico. Até o momento com uma precisão de 95%”, exemplificou o Coordenador.
A última apresentação foi de Roberto Umpierre, médico de família e coordenador do Núcleo de Telemedicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele contou a longa história da universidade com a telemedicina e a experiência com a teleregulação. Como exemplo ele apontou o Hospital de Clínicas de Porto Alegre que durante a pandemia realizou 140 mil consultas remotas, “fizemos um levantamento e essa ação economizou 10 milhões de quilômetros rodados com pacientes do interior do estado”.
Telessaúde em debate
Após o evento que marcou a assinatura da portaria que regulamenta a telessaúde no Brasil, o Ministério da Saúde deu espaço para debates e discussões sobre essa tema. Vários especialistas, médicos, gestores, parlamentares, representantes de entidades e de universidades abordam os desafios e perspectivas da saúde digital dentro de várias áreas. Os debates ocorrem ao longo dessa quinta (2) e sexta-feira (3) com transmissão ao vivo. O conteúdo completo e na íntegra, além da programação, pode ser acessado na página especial gov.br/telessaude.
Tiago Souza
Ministério da Saúde