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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Saúde promove conscientização sobre o consumo de açúcar em webinário
Estudos mostram que o consumo excessivo de açúcar está relacionado ao ganho de peso, à obesidade, ao diabetes tipo 2, às doenças cardiovasculares e à cárie dentária. No Brasil, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018), 85,4% da população adiciona açúcar a alimentos e bebidas. Considerando esse cenário, o Departamento de Promoção da Saúde (Depros/Saps/MS) realizará, às 15h do dia 20/1, o webinário que tratará da conscientização sobre o consumo excessivo de açúcar.
O encontro tem como objetivo aumentar a conscientização dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde sobre os efeitos adversos associados ao alto consumo de açúcar e como a adição de açúcar aos alimentos e bebidas e os alimentos processados e ultraprocessados, em especial as bebidas açucaradas, contribuem para o consumo excessivo de açúcar. Além disso, serão discutidas com os participantes do webinário as ações políticas para abordar e reverter essa situação.
De acordo com a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, a atividade focará nas recomendações para abordar e conscientizar a população brasileira sobre o tema. “É fundamental defender e promover políticas para prevenir doenças não transmissíveis e reduzir o consumo de açúcar. Dentro do conjunto de políticas, é fundamental promover ambientes saudáveis e fortalecer a educação e informação, para que as pessoas possam fazer escolhas melhores sobre o uso racional do açúcar e escolhas alimentares mais saudáveis. Lembrando, ainda, que a recomendação é de zero açúcar para crianças menores de 2 anos de idade. O apoio de profissionais de saúde é necessário para avançarmos nesse debate”, orienta.
Mais ações sobre o tema
Realizada em âmbito global, a primeira Semana Mundial de Conscientização sobre o Açúcar aconteceu entre os dias 8 e 14 de novembro de 2021, sob coordenação do World Action on Salt, Sugar and Health - WASSH (Ação Mundial sobre Sal, Açúcar e Saúde), e teve como tema: Doce ou azedo?. A iniciativa busca promover uma reflexão sobre o consumo excessivo de açúcar e, em especial, das bebidas açucaradas, consideradas uma das maiores contribuintes para a ingestão mundial de açúcar.
Panorama brasileiro
Os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, por dia, cada brasileiro, consome em média 18 colheres de chá do produto (o que corresponde a 80g de açúcar/dia), sendo que o limite máximo aconselhado pela OMS para um adulto é de 12 colheres. Desse total, 64% corresponde aos açúcares adicionados aos alimentos e bebidas. O restante do consumo é o açúcar presente nos alimentos processados e ultraprocessados. O alto consumo de açúcar já impacta no aumento de doenças crônicas não transmissíveis. Na última década, o diabetes cresceu 54% nos homens e 28,5% nas mulheres. Outra doença que tem crescido entre os brasileiros e que está relacionada com o alto consumo de açúcar é a obesidade, a qual atingiu mais de 25% da população adulta do país.
Mudança de hábitos
O incentivo para uma alimentação adequada e saudável e a prática de atividades físicas é prioridade do governo federal para a prevenção das doenças crônicas no Brasil, como a obesidade e o diabetes. No ano de 2017, o Ministério da Saúde adotou metas específicas para a Década de Ação em Nutrição da Organização das Nações Unidas (ONU) relacionadas ao crescimento do excesso de peso corporal e de obesidade e aos hábitos alimentares no País. O Brasil assumiu o compromisso de deter o crescimento da obesidade na população adulta; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta; e ampliar no mínimo em 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente. Outra ação para a promoção da alimentação saudável é o Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela sua abordagem integral, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável baseada no consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e que orienta o uso de ingredientes culinários, incluindo o açúcar, em pequenas quantidades. Para as crianças menores de 2 anos de idade, as recomendações são não consumir açúcar nem alimentos ultraprocessados.