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VIGILÂNCIA
Ministério da Saúde participa de reunião intergovernamental para debater a Chagas congênita
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, participou, nesta quinta-feira (3), de uma reunião virtual sobre a Iniciativa Ibero-americana sobre Chagas Congênita. Com o tema “Nenhum bebê com Chagas, o caminho para novas gerações sem Chagas”, a iniciativa tem como enfoque a eliminação da transmissão congênita da doença.
O encontro teve o objetivo de discutir e alinhar a atuação do Brasil na presidência do conselho, função que o País desempenhará por pelo menos dois anos. Também foram discutidas questões sobre a composição da presidência e planos estratégicos de combate à doença de Chagas na América Latina. Além do Brasil, participaram da reunião representantes da Argentina e da Espanha.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, reforçou a relevância do tema. “Só estaremos seguros se todos estiverem seguros. Entendemos a importância dessa iniciativa para saúde pública, por isso estamos empenhados em alcançar o objetivo de eliminar a Chagas congênita em nossa região. Vamos juntos fazer a diferença e trabalhar para que nenhum bebê nasça com Chagas”, afirmou, durante o encontro preparatório à II Reunião do Conselho Intergovernamental, que ocorre neste ano.
Iniciativa
A Iniciativa Ibero-americana sobre doença de Chagas Congênita tem sua origem na XXVII Cimeira Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo, que ocorreu em Andorra em 2021, e nasceu com o objetivo de contribuir com a eliminação da transmissão materno-infantil da doença desde uma abordagem multidimensional, tendo em conta as estratégias de controle e prevenção de outras formas de transmissão.
A iniciativa trabalha sob a liderança das pessoas responsáveis dos Ministérios de Saúde dos países participantes que promoverão ações de coordenação intersetoriais e com instituições e sócios de referência neste tema. Também está prevista a conformação de redes de trabalho e especialistas ibero-americanos para sistematizar boas práticas e experiências e desenvolver ações de sensibilização e visibilidade desta doença de forma transversal e inclusiva nos diferentes âmbitos de intervenção.
Inicialmente formam parte desta iniciativa: Argentina, Brasil, Colômbia e Espanha, além das organizações Fundación Mundo Sano, OPAS e Institute for Global Health.
Conquistas
A doença de Chagas trata-se de uma enfermidade de condição crônica e endêmica em 21 países das Américas, afetando aproximadamente 6 milhões de pessoas. Estima-se que, no Brasil, mais de 1 milhão de pessoas foram infectadas por Trypanosoma cruzi, ocasionando mais de 4 mil óbitos anualmente. Por esse motivo, o Ministério da Saúde vem juntando esforços com estados, municípios e instituições parceiras, para intensificar as ações de redução da carga da doença no país, além da implantação da notificação dos casos crônicos.
Em 2019, a Pasta ampliou a agenda de investimento para esta doença tropical negligenciada, por meio do Projeto IntegraChagas (TED – R$ 6 milhões), cujo objetivo principal é aumentar a oferta de diagnóstico e tratamento na atenção primária em seis municípios, tendo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ) como responsável pela execução.
Também foi assinado o consórcio liderado pela Fiocruz em Edital Internacional da Unitaid – desenvolvimento de novas tecnologias para tratamento e diagnóstico da doença de Chagas, principalmente em mulheres em idade fértil, gestantes e em recém-nascidos. O compromisso financeiro assumido pela Secretaria de Vigilância em Saúde foi um cofinanciamento de US$ 4 milhões, a ser disponibilizado ao longo de quatro anos em municípios das cinco regiões do país.
O Governo Federal também repassou R$ 35,5 milhões a estados e municípios prioritários, por meio da Portaria nº 3.775, de 24 de dezembro de 2019, com intuito de fortalecer as ações de prevenção e controle da doença de Chagas, Leishmanioses e Malária.
Tratamento no SUS
Uma das formas de controle da doença de Chagas é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro ou perto das residências. Caso a pessoa encontre algum triatomíneo em casa, é necessário acionar a vigilância local para que as equipes técnicas realizem as ações de controle químico vetorial, se necessário. No SUS, o tratamento aos pacientes é indicado e acompanhado por um médico, após a confirmação da doença e os medicamentos são disponibilizados gratuitamente. De 2016 a 2020, foram distribuídos 1,4 milhão de comprimidos de benznidazol, um investimento de mais de R$ 591 mil. Além disso, para manter alerta a vigilância da doença, a Pasta vem trabalhando na construção de um sistema de informação para o monitoramento dos insetos vetores.
Ministério da Saúde