Notícias
PREVENÇÃO
O agente de controle de endemias faz parte da mobilização no combate à dengue
Foto: Internet
O controle da dengue exige um esforço de todos os profissionais de saúde, gestores e população. Os agentes de controle de endemias (ACE) trabalham como mediadores na área da saúde básica e muitas vezes são o principal acesso aos programas de saúde, qualidade de vida e prevenção de doenças para pessoas que vivem em comunidades carentes ou mais afastadas, por meio de visitas às residências das famílias ou em ações coletivas.
A mobilização da população para eliminar os criadouros do mosquito é fundamental, pois ele é o vetor de transmissão e prevenir a doença depende da interrupção do ciclo de vida do mosquito transmissor, impedindo a disseminação da doença. Essa mobilização é parte importante da atividade dos agentes. Para se reproduzir, o mosquito Aedes aegypti utiliza todo o tipo de recipiente capaz de acumular água: garrafas e embalagens descartáveis, latas, vasos de plantas, pneus, plásticos, entre outros. Itens de uso corriqueiro encontrados nos quintais das casas ou incorretamente depositados a céu aberto, em terrenos baldios e em lixões.
As visitas às residências têm como objetivo inspecionar e melhorar as condições de saúde da comunidade por meio de cadastro em programas de saúde e orientações de como evitar os criadouros Aedes aegypti. Em muitos casos, agentes de controle de endemias desempenham o papel importante de orientar as famílias em relação à prática de higiene, limpeza do terreno ou da área.
Levantamento índices de infestação
Uma das principais atividades desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para prevenção da dengue é o Levantamento Rápido de Índices de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). Esse levantamento é amostral, ou seja, não há necessidade de todas as casas serem visitadas com essa finalidade. O resultado é apresentado em índices de infestação predial e é dividido da seguinte forma:
- Inferiores a 1%: estão em condições satisfatórias;
- De 1% a 3,9%: estão em situação de alerta;
- Superior a 4%: há risco de surto de dengue.
Após esse levantamento, é possível saber onde os mosquitos se desenvolvem mais: se em locais de abastecimento de água ou em depósitos domiciliares, lixo etc. O LIRAa auxilia na programação de mutirões de limpeza urbana e nas ações de prevenção e combate à dengue.
Conheça as competências do ACE
- Encaminhar os casos suspeitos de dengue à Unidade Básica de Saúde (UBS) responsável pelo território;
- Atuar junto aos domicílios, informando aos moradores sobre a doença, os sintomas e riscos e o agente transmissor e medidas de prevenção;
- Informar o responsável pelo imóvel não residencial, sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue;
- Vistoriar imóveis não residenciais, acompanhado pelo responsável, para identificar locais e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito transmissor da dengue;
- Orientar e acompanhar o responsável pelo imóvel não residencial na remoção, destruição ou vedação de objetos que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
- Vistoriar e tratar com aplicação de larvicida, caso seja necessário, os pontos estratégicos;
- Vistoriar e tratar os imóveis cadastrados e identificados pelo ACS, que necessitem do uso de larvicidas e/ou remoção mecânica de difícil acesso, que não possam ser eliminados pelo ACS;
- Nos locais onde não existir ACS, seguir a rotina de vistoria dos imóveis e, quando necessário, aplicar larvicida;
- Elaborar e/ou executar estratégias para o encaminhamento das pendências (casas fechadas e/ou recusas do morador em receber a visita);
- Orientar a população sobre a forma de evitar locais que possam oferecer risco para a formação de criadouros do Aedes aegypti;
- Promover reuniões com a comunidade, com o objetivo de mobilizá-la para as ações de prevenção e controle da dengue;
- Notificar os casos suspeitos de dengue, informando a equipe da Unidade Básica de Saúde;
- Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação da dengue, conforme estratégia local.
- Participar de reuniões com a comunidade e autoridades.
Karol Ribeiro
Ministério da Saúde