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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Prevenção de doenças cardiovasculares na Atenção Primária é tema de destaque em congresso Global Stroke Alliance
Foto: Priscilla Leonel
Entre as doenças cardiovasculares, o acidente vascular cerebral (AVC) é uma das que mais causam morte e incapacidade adquirida no mundo. Hoje, o Brasil apresenta a quarta maior taxa de mortalidade por AVC entre os países da América Latina e Caribe. Não à toa a condição foi tema de congresso internacional na capital paulista, o Global Stroke Allience, nesta quinta-feira (11).
Trata-se da segunda edição do evento, que nasceu de iniciativas conjuntas para avaliar e discutir as melhores evidências para implementação de programas de AVC em todos os níveis: prevenção, tratamento e reabilitação. No campo da prevenção de doenças cardiovasculares, palestraram o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, e a coordenadora-geral de Doenças Crônicas na Atenção Primária, Patrícia Izetti.
"Tivemos a oportunidade de abordar as principais ações de prevenção e controle das doenças cardiovasculares conduzidas pelo Ministério da Saúde, com foco na prevenção do acidente vascular cerebral” afirmou a coordenadora.
Na ocasião, também foram mostrados os avanços obtidos no contexto do controle do tabagismo e cuidado em hipertensão e diabetes no Brasil, bem como as medidas em curso no âmbito da Estratégia de Saúde Cardiovascular e implementação da iniciativa HEARTS da Opas/OMS.
“Foi o momento de ratificar a meta de reduzir em um terço a taxa padronizada de mortalidade prematura por doenças crônicas no Brasil, com foco no enfrentamento dos fatores de risco comuns às doenças cardiovasculares, como sedentarismo, obesidade, hipertensão, diabetes, tabagismo e alimentação inadequada”, pontuou Izetti.
Já o secretário de Atenção Primária falou sobre os desafios da APS quanto ao tema. “Precisamos vencer nossas limitações técnicas e de informação e reafirmar a potência da APS para a realização de iniciativas de promoção da saúde e prevenção. É indiscutível o impacto social e econômico do AVC e das doenças cardiovasculares, e garantir recursos para apoiar os diferentes territórios com estratégias multicomponentes é o que contribuirá para a evolução do quadro brasileiro e no mundo”, pontuou Câmara.
Foto: Priscilla Leonel
AVC no Brasil
Atualmente, o AVC é a causa mais frequente de morte na população adulta brasileira. No País, 3,1 milhões de pessoas referiram diagnóstico de AVC, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.
De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade, foram registrados 98.843 óbitos por doenças cerebrovasculares no país em 2020, condições que impactam significativamente no Sistema Único de Saúde, tendo registro de 164.200 internações por AVC em 2021, com valor anual de R$ 250.962.127,21, conforme dados do Sistema de Informações Hospitalares.
Na Atenção Primária à Saúde, só no ano de 2021, foram mais de 102 mil atendimentos de AVC e 556 atendimentos de reabilitação de acidente vascular cerebral nesse nível de atenção.