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VIGILÂNCIA
Estudo aponta que aranhas ocupam terceiro lugar no número de acidentes com animais peçonhentos
Os acidentes provocados por aranhas são responsáveis pelo terceiro maior número de notificações de ocorrências com animais peçonhentos. A informação consta no Boletim Epidemiológico e foi divulgada esta semana pelo Ministério da Saúde. A publicação reúne dados do panorama de eventos com esses aracnídeos no Brasil, no período de 2017 a 2021.
As informações coletadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) apontam que dos quase 1,3 milhão de acidentes por animais peçonhentos notificados em cinco anos de estudo, mais de 168 mil, cerca de 12,97% dos casos, foram ocasionados por aranhas. As aranhas capazes de causar acidentes graves ou mesmo óbitos, presentes no Brasil, são as aranhas-marrom (gênero Loxosceles), aranhas-armadeiras (gênero Phoneutria) e as viúvas-negras (gênero Latrodectus). Todas podem viver dentro ou perto de casa.
A região Sul foi a responsável pelo maior número de notificações de acidentes por aranhas, 53,54% do total. O estado do Paraná alcançou o maior número de casos, com 45 mil ocorrências, uma porcentagem de 26,73% do total de casos do país.
Durante o período estudado, 2019 foi o ano em que houve mais registros de acidentes, um total de 38.961 casos. Entre 2020 e 2021, em meio à pandemia de Covid-19, houve redução nos registros. Uma hipótese para essa diminuição pode ser a maior preocupação da população com a limpeza doméstica e o receio de exposição ao SARS-CoV-2 na busca de hospitais em caso de acidente.
No total do período de estudo, foram notificados 92 óbitos. A maior taxa de letalidade foi em Roraima, com 1,15% das ocorrências. Desde 2016, o Ministério da Saúde traz recomendações no Guia de Vigilância em Saúde, para que os estados e municípios investiguem os óbitos por acidentes por animais peçonhentos, no intuito de identificar possíveis falhas na assistência ou na vigilância que levaram a esse desfecho.
O documento apresenta recomendações para as vigilâncias estaduais e municipais. Os indicadores do Boletim Epidemiológico, além de apresentar o cenário, fornecem subsídios para a tomada de decisões sobre a destinação de recursos financeiros e capacitação de profissionais capacitados, o que contribui para reduzir os casos.
Ministério da Saúde