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VIGILÂNCIA DO CRESCIMENTO
Desenvolvimento infantil: transformações ao longo da infância merecem atenção e cuidado
A vigilância do desenvolvimento infantil é um importante recurso para acompanhar as mudanças em cada fase da infância, como aspectos físicos, cognitivos e psicossociais. O conceito de desenvolvimento é amplo e faz referência a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, também a maturação e a aprendizagem. Esses elementos estão interligados e se influenciam de forma mútua ao longo da vida.
Os primeiros anos de vida, chamados de “primeiríssima infância”, são os mais significativos. Esse ciclo precisa ser garantido de forma ampla e saudável a partir de cuidados integrais, para assim, proporcionar o alcance do pleno desenvolvimento, conforme proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC).
Para promover o desenvolvimento infantil, é preciso oferecer cuidados de saúde desde a gestação, com:
- Nutrição adequada;
- Oportunidades de aprendizado desde os primeiros anos de vida;
- Cuidados responsivos (por meio do fortalecimento dos vínculos e das competências familiares);
- Proteção e segurança nos ambientes em que elas vivem.
- A promoção do Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI), preconizada no eixo estratégico III da PNAISC, depende de diversas ações e setores. É um movimento contínuo e que envolve a participação e a troca de informações entre profissionais de saúde, pais, professores, responsáveis e outros.
No Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) tem papel fundamental e busca alcançar, de forma universal, crianças e suas famílias por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). As consultas de puericultura, em que os profissionais acompanham o crescimento e o desenvolvimento da criança, são espaços de vigilância, incluindo as atividades relacionadas à promoção e à detecção de problemas neste processo.
A Caderneta da Criança é um instrumento essencial de orientação às equipes da APS sobre o desenvolvimento infantil, os cuidados necessários e o ambiente favorável para que a criança cresça e se desenvolva de maneira saudável.
Dentre as etapas de análise, estão:
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Ambiente e possíveis fatores de risco: a análise do ambiente em que a criança vive é um fator importante, pois pode interferir de forma positiva ou negativa no seu desenvolvimento;
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Dados do exame físico da criança: analisar exames feitos anteriormente e compará-los com os atuais resultados são formas de avaliar o desenvolvimento da criança e identificar possíveis sinais de alerta;
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Presença de alterações fenotípicas mais frequentes: verificar e identificar alterações fenotípicas, como fenda palpebral oblíqua, pescoço curto e/ou largo, implantação baixa de orelhas, prega palmar única, entre outros sinais, podem ajudar no diagnóstico precoce da Síndrome de Down, por exemplo. Ela acontece quando o bebê nasce com um cromossomo a mais em cada célula do corpo. Nessa síndrome, as crianças podem apresentar algumas características físicas específicas. O Transtorno do Espectro Autista apresenta alterações que aparecem antes dos 3 anos de idade e se caracteriza por problemas na comunicação, na interação social, por comportamentos repetitivos e interesses restritos;
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Comportamento da criança: a consulta de puericultura, realizada por médico e enfermeiro, é o momento ideal para o profissional de saúde observar a postura da criança, seu comportamento, atitudes e interações com os adultos;
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Conversa com o responsável sobre o desenvolvimento da criança: durante a consulta é importante que responsáveis e profissionais de saúde troquem informações e observações sobre o desenvolvimento, relatando o que está sendo notado e possíveis comportamentos/sinais incomuns;
O Ministério da Saúde reforça a importância de realizar a vigilância do crescimento e desenvolvimento infantil, por meio dos marcos apresentados na Caderneta da Criança, proporcionado saúde de qualidade e assistência adequada em todas as etapas da vida.
Fran Martins
Ministério da Saúde