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Saúde Indígena
SESAI investe em qualificação das consultas de crescimento e desenvolvimento
SESAI investe em qualificação das consultas de crescimento e desenvolvimento.
A saúde indígena tem as suas especificidades e precisa de adaptação para conceder o melhor atendimento para os mais de 755 mil indígenas atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS). Pensando nisso, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em parceria com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), iniciou uma oficina de validação de materiais pedagógicos para as consultas de Crescimento e Desenvolvimento (C&D).
A capacitação tem o objetivo de qualificar os profissionais das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) na estratégia de Crescimento e Desenvolvimento, que é uma das principais estratégias da saúde indígena para a redução da mortalidade infantil nas quase 6 mil aldeias de todo o Brasil. “Hoje nós temos um indicador no Plano Plurianual (PPA) que prevê a cobertura de 60% das crianças atendidas com as consultas de Crescimento e Desenvolvimento. Então, a gente vai poder tirar muito proveito desse evento”, explicou o diretor de Atenção à Saúde Indígena da Sesai, Marcelo Miranda.
A parceria com a SAPS possibilitou a adaptação desse material pedagógico para a realidade indígena e contou com o auxílio de profissionais que atuam há muitos anos com a pauta da primeira infância e desenvolvimento infantil. “A gente sabe dos grandes benefícios de investimentos na primeira infância, tanto para o desenvolvimento integral, quanto para o crescimento saudável. Levar isso para as crianças indígenas é mais do que um dever, é fazer um direito se consolidar”, contou a coordenadora da Criança e Aleitamento Materno da SAPS.
Para que a adaptação fosse feita corretamente para a realidade indígena, o Ministério da Saúde contou com a ajuda da Universidade Federal do Ceará, que já é uma instituição parceira há mais de quatro anos.
“Nós vamos trabalhar com os profissionais de saúde que estão na ponta para que eles multipliquem essa possibilidade de termos uma melhor adequação e uso da caderneta da criança. Isso vai favorecer certamente um acompanhamento mais detalhado das crianças indígenas do Brasil”, disse a professora doutora Márcia Machado, da UFC.
A diferença de trabalhar com um material adaptado será sentida pelos profissionais que estão na ponta. Há 20 anos trabalhando na saúde indígena, a enfermeira do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Interior Sul está ansiosa para conferir de perto essa adaptação para a realidade dos territórios indígenas. “Essa nova validação de acordo com a nossa realidade da saúde indígena vai aprimorar muito o conhecimento e a avaliação dessa criança por enfermeiros que estão lá na ponta”.
Texto: Patrícia Rodrigues - Nucom/Sesai