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Outubro Rosa: Ministério da Saúde lança campanha de prevenção ao câncer de mama
Uma doença que atingiu mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo todo só no ano passado, com o maior índice de mortes, mas com alta chance de cura quando descoberto precocemente. A partir deste 1º de outubro, o Ministério da Saúde reforça o alerta para prevenção ao câncer de mama. A campanha do Outubro Rosa, tradicional mês de conscientização sobre a doença, começou nesta sexta-feira (1º) com um webnário do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
O secretário de Atenção Primária à Saúde (Saps), Raphael Câmara, reforçou o compromisso do Executivo com a saúde da mulher. “O Governo Federal já investiu R$1 bilhão em crédito extraordinário, por meio de três portarias, para os cuidados com a saúde das brasileiras. O mês de outubro é a hora de lembrarmos a importância dos exames preventivos e convidar as mulheres a fazer as consultas periódicas”, afirmou.
O evento online foi gravado e está registrado no YouTube do Ministério da Saúde. Assista aqui: https://www.youtube.com/c/MinSaudeBR
A coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA, Liz de Almeida, abordou os dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e chamou atenção para a importância de as mulheres procurarem ajuda desde os primeiros sinais da doença. "O profissional de saúde também deve estar preparado para esclarecer e encaminhar essa mulher para as unidades adequadas", alertou. "A pesquisa mostrou que cerca de 40% das mulheres na faixa etária recomendada não fizeram o exame de prevenção nos dois últimos anos antes da pesquisa. Diante desse resultado, precisamos nos perguntar por que isso acontece. A mulher não estava informada ou ela não teve acesso ao exame?", questionou.
A coordenadora também chamou atenção para os dados da pesquisa revelarem diferentes taxas de adesão das mulheres aos exames nas Regiões no país. "65% das mulheres da região Sudeste fizeram o exame nos últimos 2 anos. Quando regionalizado, esse percentual foi de 43% e 49% na região Norte e Nordeste. Na região Norte, inclusive, os estados de Roraima e Amapá não alcançaram nem 40%. Na Região Nordeste, o mesmo aconteceu nos estados do Maranhão e do Ceará”, afirmou. “Por outro lado, na região Sudeste, quase 70% do estado de São Paulo conseguiram realizar a mamografia nos últimos 2 anos", concluiu.
De acordo com ela, a desigualdade social também influenciou no resultado da pesquisa. Entre as mulheres com renda domiciliar acima de cinco salários mínimos, 84% fizeram exame. Já as mulheres com menor rendimento, esse índice foi de 43%.
A diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho, e a chefe de Gabinete da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), Maria Inez Gadelha, também participaram do evento e reiteraram o cuidado diário na prevenção do câncer de mama.
Mais sobre o lançamento
No evento, técnicos do Instituto mostraram que hábitos saudáveis também ajudam na redução de riscos, além da importância da prevenção e diagnóstico. Os tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também estiveram em pauta. O câncer de mama representa cerca de 24,5% entre os tipos de tumores diagnosticados.
“Câncer de mama é uma doença que está bastante presente na sociedade. E, por isso, é muito estudado no meio científico, com tratamentos altamente eficientes. Por isso, não é preciso ter medo do diagnóstico, pois não é uma sentença de morte”, destacou o mastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital de Câncer III, especializado no tratamento do câncer de mama.
No Brasil, em 2020, cerca de oito mil casos de câncer de mama tiveram relação direta com fatores comportamentais como consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso e inatividade física. O número representa 13,1% dos 64 mil casos novos de câncer de mama em mulheres com 30 anos e mais, em todo o país, de acordo com dados do INCA.
Em outro recorte, relativo a 2018, o estudo retrata que o gasto para tratamento da doença no SUS passou dos R$ 813 milhões. Os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou seja R$ 102,5 milhões. A inatividade física correspondeu à maior fração do valor total (4,6%), seguida pelo não aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alcoólica (1,8%).
“Fica evidente que ações de prevenção do câncer, em especial, promoção da atividade física podem ser também extremamente eficazes não somente para diminuir os gastos do SUS em oncologia, como também para tornar a vida das pessoas mais saudável", disse a responsável pela pesquisa, Maria Eduarda Melo.
Mortalidade
Em 2019, o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama, sendo o principal tipo da doença que leva mulheres a óbito. Projeções do INCA até 2030 apontam para a estabilidade das taxas de mortalidade entre 30 e 69 anos. Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 é reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer. A Organização das Nações Unidades (ONU) estabelece uma meta de redução de 30% desse tipo de câncer em todo mundo.
Gustavo Frasão
Ministério da Saúde