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EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Pesquisa do Ministério da Saúde reduz em 70% casos de dengue em Niterói (RJ)
Um microorganismo implantado em mosquitos reduziu em 70% a ocorrência de casos de dengue, 66% de incidência de casos de chinkungunya e 40% de Zika em Niterói, no Rio de Janeiro. A pesquisa, financiada em mais de R$ 14,5 milhões pelo Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (Decit/SCTIE/MS), começou com um projeto-piloto em um bairro da cidade em 2014 e hoje já atinge 75% do território de Niterói.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não está no Aedes aegypti. Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética no processo.
O Método Wolbachia do World Mosquito Program é uma iniciativa global, sem fins lucrativos, desenvolvida em Niterói pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a prefeitura da cidade. Ele consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma nova população desses mosquitos, todos com Wolbachia.
Cerca de 750 voluntários participaram diretamente do Método Wolbachia, hospedando uma armadilha de mosquitos em sua residência ou estabelecimento comercial. Os agentes comunitários de saúde, agentes de vigilância de saúde, além das demais equipes do Programa Saúde da Família, foram essenciais para a implementação do Método Wolbachia em Niterói.
“O Departamento tem orgulho de financiar pesquisas como esta, mostrando em nível local a importância de financiar doenças negligenciadas. A população de Niterói merece esse resultado e o desafio agora é levar a toda a população do país”, afirmou a diretora do Decit/SCTIE/MS, Alessandra Siqueira.
Atualmente o Decit/SCTIE/MS e o Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde (DEIDT/SVS/MS) trabalham, junto à equipe do WMP-Brasil, na ampliação e liberação de mosquitos com Wolbachia em Campo Grande/MS, Petrolina/PE e Belo Horizonte/MG. Para essa ampliação foram repassados cerca de R$ 21,7 milhões.