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SETEMBRO AMARELO
Brasil registra aumento de suicídios entre 2010 e 2019
- Foto: Walterson Rosa/MS
Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou aumento de 43% no número de suicídios. É o que revela o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde nesta terça-feira (28). Os números reforçam a importância de falar sobre saúde mental, do atendimento e tratamento adequados às pessoas com transtornos mentais e dependência de substâncias psicoativas como o melhor caminho para prevenção.
Leia a íntegra do documento aqui.
A apuração leva em conta os registros feitos até os últimos dois anos antes da divulgação dos dados. Em 2010, foram registradas 9.454 mortes por suicídio no Brasil e, em 2019, passou para 13.523. Trata-se de um aumento de 43% no número de óbitos. O boletim também informa que entre 2010 e 2019, ocorreram 112.230 mortes autoprovocadas.
Para apurar os dados, foi realizado um estudo descritivo com base nos números de óbitos por suicídio registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2019, e de notificações de violências autoprovocadas registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2019.
Ao analisar os casos por sexo, homens apresentaram um risco 3,8 vezes maior de morte por suicídio que mulheres. E tem sido assim há um tempo, houve manutenção da razão de taxas entre os sexos no período. Comparando os anos de 2010 e 2019, verificou-se um aumento de 29% nas taxas de suicídios de mulheres, e 26% das taxas entre homens.
A análise das taxas de mortalidade demonstrou aumento do risco de morte por suicídio em todas as regiões do Brasil. No entanto, destacam-se Sul e Centro-Oeste, com as maiores taxas de suicídio de maneira geral. Já as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram as maiores taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que no mundo, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente, sendo a quarta maior causa de mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade. As evidências têm demonstrado ainda maiores riscos de suicídio entre grupos em situação de maior vulnerabilidade, como migrantes e refugiados, população LGBT e povos indígenas.
Atendimento
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento para pessoas com demandas em saúde mental por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Com a pandemia, os atendimentos disponibilizados pela rede também passaram a incluir o formato remoto de teleatendimento para acompanhamento dos usuários com transtornos mentais.
No aplicativo ConecteSUS, é possível buscar o estabelecimento com atendimento de saúde mental mais próximo de você. Pelo Mapa da Rede de Atenção Psicossocial dá para conferir, também, a lista de estabelecimentos da RAPS que oferecem atendimento em saúde mental no Brasil.
Curso do Samu
Preocupado em acolher e oferecer tratamento adequado a pacientes em sofrimento psíquico, o Ministério da Saúde lançou um curso para capacitar médicos e enfermeiros que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de todo o Brasil. Leia mais aqui.
O “Curso de Formação de Multiplicadores em Urgências e Emergências em Saúde Mental” tem como objetivo fortalecer a prática de condutas humanizadas e terapêuticas no âmbito da saúde mental. Nas três primeiras turmas, serão 108 profissionais capacitados em todas as capitais do país.
Investimentos em Saúde Mental no Brasil
Em 2020 e 2021 foram repassados R$ 99,2 milhões para 2.657 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), habilitados e custeados pelo Ministério da Saúde. Pelo menos 3.164 estabelecimentos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) fornecem atendimento em saúde mental no País.
Atualmente, a Raps conta com 796 Residências Terapêuticas; 69 Unidades de Acolhimento (adulto e infantojuvenil); 1.802 leitos de saúde mental em hospitais gerais; 13.098 leitos em hospitais psiquiátricos, 59 equipes multiprofissionais de atenção especializada em saúde mental e 144 Consultórios na Rua.
Mahila Lara
Ministério da Saúde