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Brasil passará de importador para exportador de vacinas Covid-19, diz Queiroga em Roma
- Foto: DivulgaçãoG20
“O Brasil deixará de ser um país importador de vacinas e será um país que produzirá vacinas”, afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em entrevista à rádio Vaticano. Ele destacou que a mudança favorecerá a população de diversos países do mundo e não apenas a brasileira.
O ministro destacou que, em setembro, a farmacêutica americana Pfizer firmou um acordo com a brasileira Eurofarma para produção o imunizante da Pfizer contra a Covid-19 no Brasil. “Em 2022, a Pfizer deve produzir nessa parceria com Eurofarma pelo menos 100 milhões de doses”, afirmou.
Além disso, o Ministério da Saúde assinou o acordo de transferência de tecnologia do laboratório Astrazeneca para que o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), possa produzir o imunizante contra a Covid-19 com Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) fabricado em território nacional. Com isso, será possível produzir uma vacina Covid-19 100% nacional.
Reconhecimento internacional
A entrevista é parte de uma série de agendas que Queiroga cumpre em Roma, na Itália, ao participar da reunião de ministros da saúde do G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Com mais de 83% da população-alvo vacinada e avançando cada dia mais rumo a imunização de toda a população, o sucesso da campanha de vacinação do Brasil foi reconhecido durante o evento.
O ministro Marcelo Queiroga participou de reuniões bilaterais com gestores de saúde de da Índia e Reino Unido, com o CEO da GAVI Alliance, Sth Berkley. Além disso, ele se reuniu com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, que felicitou o Brasil pelos bons resultados e pela perspectiva de que, em breve, o país ajudará o mundo com mais vacinas.
"O complexo econômico-industrial de saúde do Brasil tem capacidade produtiva, competência técnica, ambiente regulatório seguro e ampla experiência para servir como hub regional na produção de insumos para a América Latina e Caribe", pontuou Queiroga após encontro com o diretor-geral da OMS.
Balanço
Em sua primeira agenda oficial representando a autoridade máxima em saúde do Brasil, Queiroga apresentou os números da vacinação no país e a ampla capacidade apresentada pelo Programa Nacional de Imunizações, que conta com mais de 37 mil salas de vacinação e já foi responsável por aplicar mais de 200 milhões de vacinas e proteger, com ao menos uma dose, mais de 83% da população maior de 18 anos. O sucesso da campanha foi reconhecido pela OMS, que parabenizou o Ministério da Saúde pelos resultados já alcançados.
"Verificamos o interesse coletivo em ampliar o acesso universal à saúde, sobretudo ampliar a oferta de vacinas para que possamos avançar em toda a população global, sobretudo nos paíse mais pobres, que a cobertura vacinal ainda é muito baixa. O entendimento uniforme é que só conseguiremos conter o caráter pandêmico da Covid-19 quando avançarmos com a vacinação em todos os países", reforçou o ministro.
Queiroga também apresentou aos representantes das outras nações a ampla capacidade nacional em produzir vacinas. As duas instituições públicas que fabricam imunizantes, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan já entregaram, juntas, mais de 193 milhões de doses. Além disso, a empresa Eurofarma anunciou parceria com a farmacêutica Pfizer para a produção de imunizantes do laboratório norte-americano em solo brasileiro. Com isso, o Brasil se tornará capaz de produzir vacinas em três plataformas tecnológicas diferentes.