Notícias
CIÊNCIA
Resultados preliminares de pesquisa sobre dose de reforço das vacinas Covid-19 são apresentados em Oxford
Para garantir a segurança da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19 e orientar o planejamento da imunização dos brasileiros em 2022, os resultados preliminares da pesquisa sobre a dose de reforço, encomendada pelo Ministério da Saúde, foram apresentados nesta quarta-feira (27) em Oxford, na Inglaterra. O estudo concluiu que a dose de reforço feita com esquema heterólogo, usando imunizantes diferentes, aumenta a imunidade dos vacinados.
A pesquisa é conduzida pela pesquisadora e professora da Universidade de Oxford, Sue Ann Cost Clemens, que esteve com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na sede da universidade nesta quarta.
"O que nós podemos observar, é que realmente, com relação a literatura internacional, houve um declínio e diminuição de anticorpos encontrados seis meses depois e também dos anticorpos neutralizantes. Com relação a análise da terceira dose, observamos que todas as vacinas apresentam uma resposta imune maior. Entretanto, as vacinas de plataforma heteróloga apresentaram resposta significativamente mais robusta. E quais são elas? As vacinas da Pfizer, da Astrazeneca e da Janssen. Entre essas vacinas heterólogas, as vacinas de RNA mensageiro apresentaram uma resposta maior", disse a pesquisadora.
A pesquisa avaliou pessoas que tomaram as duas doses da Coronavac, vacina produzida com vírus inativo, e a efetividade do imunizante seis meses após a conclusão do esquema vacinal. Para a dose de reforço, foi analisado o esquema heterólogo, ou seja, a combinação de vacinas de plataformas diferentes. O estudo foi conduzido com quatro grupos diferentes de pessoas, que receberam os quatro imunizantes disponíveis pelo PNI.
Os resultados confirmam a estratégia usada pelo Ministério da Saúde sobre a vacinação adicional e de reforço, que neste momento é recomendada para pessoas acima de 60 anos, profissionais de saúde e imunossuprimidos, preferencialmente com o imunizante da Pfizer. Até agora, mais de 6 milhões de brasileiros já tomaram a dose de reforço.
"Em julho nós anunciamos que faríamos um estudo para orientar a vacinação em 2022 com a vacina mais usada no primeiro semestre da campanha da vacinação, com vírus inativado. [...] Nós fizemos um ensaio clínico comparando um reforço com a mesma vacina e com uma vacinação heteróloga, utilizando os imunizantes do PNI. [...] Temos os resultados preliminares que confirmam as posições que foram tomadas no âmbito do PNI, de aplicar uma dose adicional nas pessoas acima de 60 anos, nos imunocomprometidos, e nos profissionais de saúde com vacinas diferentes", disse o ministro da Saúde.
"Teremos os dados completos desse estudo, que será em breve divulgado, e com eles será possível fazer uma programação mais detalhada para 2022. Aproveito a oportunidade para agradecer aos pesquisadores que têm contribuído muito para o Brasil", concluiu Queiroga.
Mahila Lara e Marília Rastelli
Ministério da Saúde