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TRANSPLANTE
Referência nacional, Hospital Federal de Bonsucesso completa 40 anos de transplantes renais
- Foto: Danielle Fernandes - ASCOM Hospital Federal de Bonsucesso
Referência nacional em transplantes renais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, completa nesta quinta-feira (7) 40 anos de procedimentos bem-sucedidos e ofertados à população. Ao longo dessas quatro décadas, a unidade acumulou mais de 3 mil transplantes renais, 71 deles realizados somente este ano.
Para comemorar data e marcos tão especiais, a direção do hospital preparou uma cerimônia para homenagear pacientes e profissionais, aposentados e da ativa, que fazem parte da história da unidade. O evento contou ainda com exposição de fotos e linha do tempo com os principais acontecimentos desde sua fundação.
Uma das homenageadas, Rosemeri Batista Crispin representou todos os mais de 3 mil pacientes transplantados do hospital e recebeu um certificado de agradecimento por fazer parte da história construída até aqui. Ela realizou o transplante renal em junho de 1987 e conta que, desde então, mantém um relacionamento de família com os profissionais da unidade de saúde. "Eu era doente renal crônica e passei por todos os procedimentos antes da indicação do transplante. O meu caso era irreversível e essa era minha única chance", disse Rosemeri.
Na época com 20 anos, ela recebeu o rim de um doador familiar vivo, o irmão. "Para mim, foi um dos melhores momentos da minha vida, meu renascimento. Nunca tive complicações e até hoje vivo muito bem, sem nenhum contratempo com meu transplante. A equipe do hospital é de excelência, os médicos e demais profissionais são ótimos, humanizados e fazem parte da minha vida e da minha família", comemorou.
A solenidade também marcou um outro momento muito importante para o hospital, que está aos poucos se recuperando de um incêndio, ocorrido em outubro de 2020, que atingiu subsolo, parte elétrica e centro de imagens. A área de transplantes foi a primeira a retornar, mas os procedimentos não deixaram de ocorrer durante o período. Os atendimentos ambulatoriais eram realizados na própria unidade e os procedimentos hospitalares e cirúrgicos, incluindo internação, ocorreram com apoio da estrutura do Hospital Federal da Lagoa.
Emocionado, o diretor-substituto do Hospital Federal de Bonsucesso, Claudio Pena Gonçalves, relatou que os 40 anos representam não apenas uma data, mas reforçam a referência da unidade como serviço de excelência e marcam um recomeço, uma reconstrução de uma nova jornada para continuar salvando vidas. "É muito gratificante e emocionante esse momento. Ver as pessoas envolvidas, toda a equipe de nefrologia e transplante renal do hospital ajudar o serviço na sua retomada", explicou Gonçalves.
A unidade de transplante renal do Hospital Federal de Bonsucesso possui uma marca histórica de excelência no ranking nacional. O setor possui 16 leitos pós-operatórios, ambulatório pré e pós transplante, hemodiálise adulto e infantil e uma equipe multidisciplinar com mais de 40 médicos, além de 114 profissionais de enfermagem qualificados na área. Todos estão atualmente em atividade e prestando serviços de saúde de qualidade à população.
Hospital Federal de Bonsucesso
A unidade hospitalar é vinculada ao Ministério da Saúde, é oferece serviços de média e alta complexidade, como oftalmologia, cirurgia geral, cirurgia de cabeça e pescoço e transplante renal, especialidade em que é referência nacional.
A maternidade do hospital é referência para alto risco, com atendimento a gestantes diabéticas, hipertensas, transplantadas, com doenças hematológicas, entre outros quadros clínicos que coloquem em risco a vida da mãe e/ou do recém-nascido. O hospital possui emergência obstétrica para atendimentos de mães dentro deste perfil e também se destaca no atendimento de bebês prematuros de alto risco (abaixo de um quilo) nascidos no hospital, com serviço de cuidados intensivos. É o maior da rede pública do Estado do Rio de Janeiro em volume geral de atendimentos mensais, com cerca de 15 mil consultas ambulatoriais, 1.300 internações, 1.200 atendimentos de emergência, 120 mil exames laboratoriais e 5 mil exames de imagem.
Em 2020, transformou-se referência, também, para atendimento de casos Covid-19 no estado do Rio de Janeiro.
Sobre o transplante de rins
Os rins são dois órgãos (um par) de cor marrom-avermelhada, localizados em ambos os lados da coluna vertebral, na região lombar, logo abaixo do diafragma, por trás do fígado e estômago. Eles são em forma de feijão e medem, cada um, cerca de 12cm de comprimento por 6cm de largura e 3cm de espessura, pesando aproximadamente 150g.
Os rins, por serem dois, podem ser doados tanto em vida quanto após o falecimento, a função renal pode ser realizada adequadamente por um único rim, sem que isso cause prejuízos à saúde do doador. O transplante renal é recomendado para pacientes com insuficiência renal irreversível.
Funções do Rim
São três as principais funções dos rins:
1 - Eliminar as toxinas ou dejetos resultantes do metabolismo corporal: uréia, creatinina, ácido úrico etc;
2 - Manter um constante equilíbrio hídrico do organismo, eliminando o excesso de água, sais e eletrólitos, evitando, assim, o aparecimento de edemas (inchaços) e aumento da pressão arterial;
3 - Atuar como órgãos produtores de hormônios: eritropoetina, que participa na formação de glóbulos vermelhos; a vitamina D, que ajuda a absorver o cálcio para fortalecer os ossos; e a renina, que intervém na regulação da pressão arterial.
Principais doenças
- Nefrites: pielonefrite (infecção do rim) e glomerulonefrite (inflamação do rim).
- Nefrolitíase, mais conhecida como pedra ou cálculo no rim.
- Diabetes mellitus, causada pelo elevado teor de glicose no sangue.
- Hipertensão (pressão alta), causada pela elevada concentração de sais no sangue, retenção de líquidos ou estreitamento de vasos.
- Rins policísticos, que são cistos renais (hereditários).
Como cuidar bem dos rins
Para manter os rins saudáveis, evitando danos irreversíveis para a função renal, é imprescindível:
- Manter uma atenção rigorosa sobre a pressão arterial.
- O controle da glicemia e da hipertensão no diabético.
- O diagnóstico da hipertrofia prostática.
- Detecção precoce de anormalidades urinárias congênitas na infância.
Exames que identificam problemas nos rins
Um simples exame de urina já vai mostrar se há perda de proteína na urina, sangue ou células inflamatórias. Por meio de um exame de sangue pode-se determinar a concentração de ureia e creatinina, substâncias cujas concentrações se elevam quando os rins estão insuficientes. Para um exame mais preciso é colhida a urina de um dia (24h) e feito um exame chamado de clearance de creatinina, que dá uma ideia melhor do funcionamento dos rins. Além disso, uma ultrassonografia também pode ajudar a verificar o tamanho, formato e qualquer outra alteração significativa dos rins.
Gustavo Frasão
Ministério da Saúde
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