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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Linha de Cuidado para doença trofoblástica gestacional é lançada
Crédito: Paula Bittar
Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) é uma enfermidade pouco conhecida, mesmo entre os profissionais de saúde. Para preencher uma lacuna no Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que não havia diretrizes, tanto para a Atenção Primária quanto para a Atenção Especializada, o Ministério da Saúde lançou a Linha de Cuidado com a temática nesta quarta-feira (20/10), em Brasília.
A cerimônia para divulgar o documento inédito reuniu o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, o diretor do Departamento de Ação Programáticas Estratégicas, Antônio Braga, a representante da Organização Pan-Americana da Saúde, Lely Guzmán, os integrantes da Associação Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional, Sue Yazaki e Paulo Kalume, e o presidente da associação internacional de DTG, Roos berkowitz.
“Gostaria de ressaltar que a o material não teve recurso. Os especialistas da Associação Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional aceitaram fazer isso de coração, pensando em salvar vidas. Isso mostra que estamos entregando políticas que fazem diferença para a população”, afirmou o secretário da Saps.
Primeiro, é necessário explicar o que é a doença trofoblástica gestacional, também conhecida como mola hidatiforme. A enfermidade é o crescimento de células placentárias. Na sua forma grave, é um câncer na placenta que acomete mulheres em idade reprodutiva. É curável quando diagnosticado precocemente, mas, se não tratado de maneira correta, pode levar à morte de mulheres.
Também é necessário explicar o que é Linha de Cuidado. É um protocolo clínico transversal a toda rede de atenção que estabelece a mais efetiva e segura trajetória clínica do paciente. O material traz padronizações técnicas relativas à organização do atendimento no sistema de saúde, além de conter informações sobre ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação a serem desenvolvidas por equipe multidisciplinar em cada ponto de atenção da rede.
O material é para mulheres que buscam informações, para profissionais de saúde tirar dúvidas e para gestores terem subsídios para organizar os serviços da Rede local. Desta forma, a divulgação da doença é importante para reconhecimento e tratamento precoce desta neoplasia, o que garante cura da doença com manutenção da capacidade reprodutiva.
O conteúdo traz orientações para diagnóstico, tratamento e seguimento da mola hidatiforme e da neoplasia trofoblástica gestacional, indicando o estabelecimento da referência e contra-referência do atendimento no SUS, com a inclusão dos centros especializados, presentes em todos os estados da federação. A maioria dos centros de referência estão vinculados a hospitais universitários públicos e coordenados por pesquisadores na área, altamente reconhecidos nacional e internacionalmente, pela experiência no manejo da doença trofoblástica gestacional.
Trabalho nacional reunindo vários centros de referência do Brasil e coordenado pela UFRJ mostrou que o tratamento da neoplasia trofoblástica gestacional feito em centros de referência é o único fator modificável capaz de diminuir a letalidade das mulheres acometidas por esta doença.
Outras linhas de cuidado
Estão em desenvolvimento 18 Linhas de Cuidado. Seis temas já estão disponíveis: AVC no adulto, Hipertensão arterial sistêmica, transtorno do espectro autista na criança, HIV/Aids no adulto, obesidade no adulto e Diabetes Mellitus tipo 2. Em breve serão lançadas as Linhas de Cuidados do Câncer de Mama e do Câncer Colo do Útero, pois as mulheres apresentam cerca de 100 vezes mais risco de desenvolver câncer de mama, se comparado aos homens, sobretudo a partir dos 50 anos.
A iniciativa acontece por meio de Carta Acordo firmada entre a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Fundação Médica do Rio Grande do Sul (Fundmed), via Termo de Cooperação Técnica (TC) com a OPAS e o Ministério da Saúde.