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Brasil e Argentina avançam em diálogo sobre o desenvolvimento e a produção de vacinas de RNA mensageiro
Autoridades de Brasil e Argentina reuniram-se virtualmente nesta quinta-feira (21) para tratar do desenvolvimento e transferência de tecnologia relacionada a vacina mRNA. Os dois países foram selecionados pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para abrigarem centros regionais de desenvolvimento e produção de vacinas com a tecnologia RNA Mensageiro (mRNA) na América Latina.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que o governo recebeu com satisfação a notícia da escolha do Brasil pela OPAS para se tornar um dos centros regionais da produção de vacinas. "Queremos reforçar os acordos entre os nossos países e fortalecer a cooperação no campo das pesquisas e desenvolvimento tecnológico não apenas da Covid-19, mas também de outras doenças. Vamos seguir com a parceria, cooperando para que o Brasil tenha autonomia e em breve possa ajudar outros países com o fornecimento de vacinas", pontuou Cruz.
Além dos assuntos relacionados ao desenvolvimento dos imunizantes, as autoridades dos dois países trocaram informações sobre a estratégia para favorecer o acesso às vacinas. A experiência brasileira com a produção de vacinas em laboratórios públicos também foi compartilhada, por meio da tradição histórica da Fiocruz com a fabricação de imunobiológicos.
Também participaram da reunião a ministra da Saúde da Argentina, Carla Vizzotti, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações do país vizinho e representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Enfrentamento à pandemia
Em 21 de setembro, a OPAS anunciou Brasil e Argentina como centros regionais para o desevolvimento de vacinas de mRNA para América Latina e Caribe. A inicitiva visa reduzir a dependência da região de insumos e imunizantes importados.
No Brasil, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fiocruz, será a responsável pelo desenvolvimento e produção das doses. A instituição já conta com uma longa trajetória na fabricação de vacina e tem resultados promissores com a pesquisa do próprio imunizante de mRNA.
A seleção é resultado da manifestação de interesse do Brasil em sediar um dos centros e resultou de convocatória de manifestação de interesse promovida pela OMS em abril de 2021, na qual fabricantes e instituições de pesquisa públicas e privadas foram convidados a contribuir para o estabelecimento de centros de transferência de tecnologia para vacinas de mRNA contra a COVID-19 em economias emergentes.