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Saúde Indígena
Projeto piloto leva telemedicina para aldeias indígenas
Nesta sexta-feira, 26 de novembro, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) lançará um novo modelo de Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) na terra indígena Rio das Cobras, no município de Laranjeiras do Sul (PR).
O evento contará com a presença do Ministro da Saúde Marcelo Queiroga. A proposta é incorporar tecnologias em saúde para ampliar a capacidade de atendimento dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) aos povos indígenas no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).
A UBSI em Rio das Cobras será a primeira a receber equipamentos de saúde e tecnologias da informação e comunicação de ponta e servirá de base para expansão desse tipo de unidade em todos os Distritos, melhorando assim o atendimento das mais de 1.200 Unidades Básicas de Saúde Indígena que prestam atendimento a mais de 761 mil indígenas em 6.000 aldeias de todo o Brasil.
Para o Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, o novo modelo de UBSI possibilitará a chegada de um novo padrão de atendimento às aldeias indígenas, incluindo-se a possibilidade de realizar exames diretamente nas aldeias e consultas à distância, reduzindo o tempo de resposta em casos de atendimentos mais específicos e facilitando o acesso dos pacientes aos profissionais de saúde nas mais diversas especialidades.
“Nós estamos dando um passo importante no atendimento em saúde ao indígena. Ter no território indígena uma Unidade Básica de Saúde capaz de resolver pelo menos 90% dos casos das demandas de saúde da comunidade indígena é algo que representa a eficiência no emprego dos recursos públicos e a eficiência da SESAI em sua missão de garantir saúde de qualidade”, contou.
Parcerias
Durante a etapa de execução do projeto piloto, os indígenas poderão passar por triagem inteligente, capaz de gerar dados qualificados. Um exemplo disso é o uso da retinografia – técnica de exame que consiste em registrar fotografias da retina, do nervo óptico e do fundo do olho com o objetivo de realizar o diagnóstico mais preciso de possíveis lesões na região.
Outro exemplo são os exames de análises clínicas e citopatológicas que contarão com o auxílio de inteligência artificial para rastrear doenças e garantir diagnósticos precisos de forma rápida e eficiente. Um trabalho que, associado ao atendimento via telessaúde, vai garantir que o indígena seja atendido onde ele estiver, sem sair do seu território.
Esses equipamentos foram adquiridos por meio de parcerias, a exemplo do que foi acordado com a mineradora Vale S.A, que doou ao Ministério da Saúde e SESAI, em 28 de outubro, 34 kits contendo monitor multiparamétrico portátil, uma maleta hard case com espuma de alta densidade, eletrocardiógrafo ECG digital, espirômetro, retinógrafo portátil, notebook e câmera webcam. Os kits serão distribuídos aos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), totalizando cerca de R$ 7 milhões.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Hospital Israelita Albert Einsten e a Sociedade Brasileira de Patologia também são parceiros no projeto e vão fornecer tecnologias e conhecimentos para tornar a UBSI referência em território indígena. Também são parceiros a Hilab, a Phelcom Eye, a Cnoga, a Bembras, a Prime Field, a Biomoviment e o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde - LAIS/UFRN.
Energia limpa
O empreendimento será abastecido com energia limpa e renovável a partir da instalação de uma miniusina solar fotovoltaica que manterá os equipamentos funcionando com base nos pré-requisitos da sustentabilidade.Também estão sendo instalados biodigestores com capacidade para transformar dejetos humanos e restos de alimentos orgânicos em adubo e gás de cozinha.