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SAÚDE DO HOMEM
Ministério da Saúde leva atendimento a condutores e distribui cartões do caminhoneiro na Bahia
- Foto: Laísa Queiroz
Homens procuram menos que as mulheres os serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), onde podem realizar preventivos e consultas de rotina. Por isso, o Ministério da Saúde está investindo em ações de busca e conscientização da população masculina, e, neste sábado (27), foi até o município de Feira de Santana, na Bahia. Em parceria com o Serviço Social do Transporte, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte e a Secretaria Municipal de Saúde, a pasta realizou o Circuito Saúde do Homem, com foco nos caminhoneiros.
Em dois Pontos de Parada e Descanso (PPD) da BR 324, foram oferecidos aferição da pressão arterial, realização de testes rápidos de sífilis, HIV/Aids e hepatites virais e oferta de exames de glicemia e cálculo de IMC, entre outros serviços de promoção da saúde. No total, 120 caminhoneiros foram atendidos.
“O Ministério da Saúde está ao lado dos caminhoneiros, esses profissionais tão importantes para o funcionamento do País, que nunca pararam e não deixaram faltar nenhum mantimento para a população durante a pandemia de covid-19”, disse o secretário de Atenção Primária do Ministério, Raphael Câmara. “Estamos atentos aos desafios de manter o atendimento integral desses profissionais, sempre em movimento, e por isso estamos aqui”, ponderou.
O caminhoneiro Jorge Luiz Guimarães, de São Paulo, estava há seis meses sem atendimento de saúde, e foi um dos atendidos no circuito hoje. “É difícil encontrarmos uma ação dessas, e são muito importantes. Nosso tempo é escasso e muitas vezes focamos tanto em trabalho, que esquecemos da nossa saúde. Vir até onde estamos facilita demais”, relatou.
O objetivo do Ministério da Saúde é ampliar o acesso e qualificar o cuidado dos caminhoneiros nas unidades de saúde, dando continuidade às políticas do governo federal. Em agosto do ano passado, destinou R$ 1,05 milhão para custeio e desenvolvimento de ações para a saúde integral dos caminhoneiros, no âmbito da APS, com recursos destinados para 34 municípios e o DF onde há PPD para os motoristas. Cada cidade recebeu R$ 30 mil na ocasião.
Outras ações
Também foram entregues cartões do caminhoneiro e da caminhoneira, um documento voltado para o acompanhamento de saúde dos condutores em qualquer estabelecimento da Atenção Primária, sejam públicos e privados. É por meio dele que os profissionais de saúde fazem registro das informações clínicas e os condutores conseguem acompanhar a avaliação do seu estado de saúde, como pressão arterial e peso, medicamentos em uso e vacinas.
O documento ainda orienta os caminhoneiros a cuidar melhor da saúde, com dicas de alimentação balanceada e adoção de um estilo de vida saudável, mesmo estando a maior parte do tempo na estrada e longe de casa. Os cartões foram lançados em novembro de 2020 e estão sendo entregues conforme o Acordo de Cooperação Técnica com o SEST/SENAT.
Além disso, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, realizou uma oficina com agentes comunitários de saúde neste final de semana. O objetivo foi capacitar esses profissionais na realização da busca ativa e do cadastramento da população masculina no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme orienta a Nota Técnica nº 11/2021.
Foram capacitados aproximadamente 50 agentes comunitários de saúde, com foco nas três unidades básicas de saúde (UBS) mais próximas dos PPDs. “Esses agentes comunitários de saúde serão uma peça-chave para ampliar o acesso dos homens à Atenção Primária, que é a principal porta de entrada do SUS no Brasil”, opinou a coordenadora-geral de Ciclos de Vida do Ministério da Saúde, Lana de Lourdes.
Estiveram presentes o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, o secretário Municipal de Saúde, Marcelo Britto, o diretor do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT), Daniel Corrêa, a coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), Verena Leal, a chefe da Divisão de Enfermagem, Graziela Santos, a coordenadora da Atenção Primária, Helem Vital, e a enfermeira referência Isabela Machado.
Dados da saúde masculina
Segundo o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), entre 2015 e 2020, apenas 25,3% dos atendimentos na Atenção Primária à Saúde, na faixa entre 20 e 59 anos, foram a usuários do sexo masculino. O percentual varia de 23,1% a 27,7% ao longo dos anos estudados. A maior parte da população adulta (20 a 59 anos) assistida pelas UBS é composta por mulheres (74,73%).
Apesar do aumento da expectativa de vida entre 2000 e 2018, os homens ainda vivem 7,1 anos a menos que as mulheres, e morrem mais na maioria das causas de óbitos em todas as faixas etárias até 80 anos. Entre 1998 e 2018, as principais causas de mortalidade foram Doenças do Aparelho circulatório (184,2 óbitos por 100 mil), seguida pelas causas externas (119,6 óbitos por 100 mil) e neoplasias (116,5 óbitos por 100 mil). As diferenças mais expressivas na mortalidade de homens e mulheres (nas quais os homens morrem muito mais) são: homicídios, acidentes de trânsito, transtornos mentais e comportamentais, como os decorrentes do uso prejudicial de álcool, e doenças do aparelho digestivo.