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COVID-19
Ministério da Saúde acompanha o desenvolvimento de 17 vacinas em estudos experimentais no Brasil
O Ministério da Saúde faz o monitoramento técnico e científico das vacinas covid-19 que estão em desenvolvimento no Brasil e em outros países desde abril de 2020. Ao todo, 17 imunizantes estão em aperfeiçoamento por instituições brasileiras e se encontram na fase pré-clínica de desenvolvimento, ou seja, em estudos experimentais em células in vitro e modelos vivos.
Destas, 8 projetos de pesquisa foram contemplados com o investimento do Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, por meio de Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa que contribuam significativamente para o crescimento científico e tecnológico do país sobre a covid-19 e outras síndromes respiratórias agudas. Essa Chamada Pública foi lançada em abril de 2020, com o valor de R$ 65 milhões e apoiou 116 projetos de pesquisa sobre a doença.
Além dos projetos financiados pela Chamada Pública, o Ministério da Saúde apoia o desenvolvimento de projeto de plataforma inovadora de vacina para SARS-Cov-2 por meio de RNA sintético, projeto submetido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)**.
Relação de candidatas à vacina covid-19 em desenvolvimento no Brasil:
ID |
Desenvolvedor |
Plataforma tecnológica / Tipo de vacina |
---|---|---|
1 |
Bio-Manguinhos/Fiocruz |
Vacina sintética |
2 |
Bio-Manguinhos/Fiocruz |
Vacina baseada em subunidade proteica |
3 |
Instituto René Rachou (Fiocruz/MG) / Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCTV) |
Vacina baseada em vetores virais |
4 |
Instituto Butantan/ Dynavax / PATH |
Vacina de Vírus inativado |
5 |
Instituto Butantan |
Vesículas de membrana externa (Outer membrane vesicles, OMVs) em plataforma de múltiplos antígenos (Multiple Antigen Presenting System, MAPS) |
6 |
Instituto Butantan* |
Vacina baseada em partículas semelhantes a vírus (VLP – Virus-Like Particle) |
7 |
Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)/ Universidade de São Paulo |
Vacina baseada em partículas semelhantes a vírus (VLP – Virus-Like Particle) |
8 |
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP)* |
Ácido Nucleico (DNA) |
9 |
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP)* |
Vacina baseada em nanopartículas |
10 |
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP)* |
Vacinas baseadas proteína recombinante |
11 |
Universidade Federal de Viçosa* |
Vacina baseada em proteína recombinante |
12 |
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) |
Vacina baseada em nanopartículas |
13 |
Universidade Federal do Paraná (UFPR)* |
Vacina baseada em nanopartículas |
14 |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)* |
Ácido Nucleico (DNA) |
15 |
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo (USP)* |
Vacina baseada em vetores virais |
16 |
Empresa Farmacore em parceria com PDS Biotech e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) |
Vacina Versamune-CoV-2FC combina uma proteína recombinante com a nanotecnologia da plataforma Versamune |
17 |
Universidade Federal do Rio de Janeiro** |
Ácido Nucleico (RNA) |
Fonte: Monitoramento vacinas contra SARS-CoV-2 (CGPCLIN/Decit/SCTIE/MS, 2021).
De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, ter uma vacina produzida, testada e acompanhada no Brasil permite maior segurança nos processos de fabricação e de efeitos, sejam os efeitos esperados de imunização, sejam os possíveis eventos adversos pós-vacinação.
“Diante da emergência global, ter o controle sobre a linha de produção se torna estratégico. A obtenção da vacina é uma prioridade no âmbito das ações governamentais, visando a redução da mortalidade associada à doença e a garantia da saúde da população”, afirmou o secretário.
Segundo Hélio Angotti Neto, é o momento de criar know how sobre esses processos de fabricação, preparar recursos humanos qualificados e estrutura fabril capaz de produzir outras vacinas em plataformas diversas. “Depois, quando nossa população já estiver devidamente imunizada, talvez haja a oportunidade de ajudar nossos vizinhos, de fortalecer nossa capacidade de vendas e apoio humanitário”, disse.
PRODUÇÃO NACIONAL
Uma vacina para uso humano, em circunstâncias normais, leva, em média, de 15 a 20 anos para ser desenvolvida. Devido ao conhecimento acumulado com epidemias anteriores e do próprio coronavírus (Sars-CoV-2), foi possível acelerar e diminuir o tempo de desenvolvimento no cenário da pandemia.
O Brasil é referência internacional na produção e exportação de vacinas em larga escala. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o país distribui 25 tipos de vacinas gratuitamente e se destaca por exportar imunizantes para mais de 70 países, com o respaldo e expertise de dois institutos públicos: o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o Instituto Butantan.
O desenvolvimento de uma vacina inicia-se com a pesquisa aplicada em laboratório, a fim de investigar a estrutura do vírus, seu comportamento e possíveis receptores/alvos, a partir dos quais um protótipo de vacina possa ser desenvolvido. O protótipo é, então, testado em cultura de células in vitro e posteriormente em animais in vivo (ex. camundongos e macacos) para avaliar a segurança, a atividade biológica na produção de resposta imune (imunogenicidade) e a formulação do produto. Estão envolvidos nesta fase pesquisadores de universidades, centros de pesquisa, biotechs e laboratórios farmacêuticos, sejam eles públicos ou privados.
Ainda segundo o secretário Hélio Angotti Neto, os brasileiros também se beneficiam com a produção nacional: “a população ganha segurança, capital intelectual e melhor estrutura para lidar com futuras crises”, conclui.
Acesse o Relatório de Monitoramento de Vacinas em Desenvolvimento contra SARS-CoV-2.
Luara Nunes
Ministério da Saúde
(61) 3315-3580 / 2351 / 3853