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ATENÇÃO PRIMÁRIA
MS e SES/RJ reforçam ações de enfrentamento e redução da morte materna por hemorragia no estado
Para reforçar as ações de enfrentamento e redução da morte materna por hemorragia, o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES), celebraram nesta sexta-feira (30/04), na capital carioca, Termo de Adesão para a implementação da Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia (0MMxH).
A medida é uma das respostas ao compromisso assumido pelo Governo Federal, estados, municípios e Distrito Federal com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, para redução de 4,6% a 6,4% ao ano a razão de morte materna. A meta pactuada entre os entes é de 30/100.000 Nascidos Vivos até 2030.
Para o diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas da Secretaria de Atenção Primária da Saúde (Dapes/Saps/MS), Dr Antônio Braga Neto, a assinatura deste termo de adesão representa o compromisso da pasta com o enfrentamento das mortes maternas do País.
“A hemorragia se apresenta como uma das principais causas evitáveis de morte materna, cuja ocorrência se dá especificamente no ambiente intra hospitalar. Capacitar as equipes de saúde para essa realidade, constitui a principal estratégia para prevenção dessas mortes. O acordo firmado hoje garante o treinamento de médicos e enfermeiros a fim de reduzir a morte materna no Rio de Janeiro por esse agravo”, afirmou.
A razão de morte materna no estado é de 61.7/100.000 nascidos vivos, o que representa 8% das mortes maternas declaradas no país. Para o secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Dr. Carlos Alberto Chaves, a estratégia será um grande instrumento para alterar essa realidade.
“A morte de uma mãe é um dos problemas mais graves de saúde do Estado do Rio de Janeiro. Deixa um rastro imenso, é uma tragédia social. Uma mãe que morre não faz apenas um órfão, mas, muitas vezes, outras crianças. É uma vitória para as mulheres e para toda sociedade um programa como este”, comemorou.
Sobre a Estratégia 0MMxH
A Estratégia 0MMxH está baseada em quatro linhas de ação: melhoria do acesso e cobertura de serviços de saúde; melhoria dos sistemas de informação; oferta de qualificação para equipes de saúde dos conhecimentos e habilidades para controle de emergências obstétricas hemorrágicas e melhoria de comunicação.
A medida prevê um ano de implementação por meio de oficinas nos serviços escolhidos pelo estado que firmou adesão. O objetivo é fortalecer a gestão assistencial, identificar as fragilidades e barreiras de acesso à gestantes, além de planejar coletivamente ações para redução do óbito materno em razão da hemorragia. Entre os 11 estados prioritários para implementação da estratégia, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Ceará e Pará já estão recebendo as capacitações.
A iniciativa ministerial é operacionalizada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), quecriou a estratégia em 2015 prevendo a redução de mortalidade na região das américas. A ideia é mobilizar governos, sociedade civil e comunidades em lugares onde a hemorragia obstétrica ainda é causa de morte materna. A Estratégia soma-se às ações já existentes no país, como políticas públicas e iniciativas não governamentais, para acelerar a redução da mortalidade materna.
Mortalidade Materna e Covid-19
A mortalidade materna é um importante indicador da qualidade de saúde ofertada para as pessoas e é fortemente influenciada pelas condições socioeconômicas e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna da população. A hipertensão, hemorragia e síndromes infecciosas estão entre as principais causas das altas taxas de mortalidade materna ainda presentes na maior parte dos estados brasileiros.
A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 agravou esse cenário e apresenta-se, hoje, como a principal causa indireta das mortes entre as gestantes. Segundo o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), de março a dezembro de 2020, ocorreram 551 óbitos em mulheres que se encontravam no período gravídico puerperal, e no período de janeiro a abril de 2021 (dados preliminares), ocorreram 575 óbitos. Os dados apontam para um aumento das mortes maternas, provavelmente relacionadas ao grande aumento de casos da infecção e da chegada de uma nova Cepa com características de ser mais transmissível e possivelmente mais agressiva às gestantes.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde tem realizado uma série de medidas para intensificar a vigilância e as medidas de precaução em relação à saúde das mulheres, em especial às gestantes e puérperas pelos potenciais riscos a que estão expostas neste momento. “ Temos investido, apenas nos últimos 12 meses, mais de um bilhão de reais em estratégias para o enfrentamento da morte materna, em especial, durante a pandemia de Covid-19. Não podemos esmorecer nesse enfrentamento. Vamos vencer essa guerra”, apontou Dr Antônio Braga Neto.
Saiba mais sobre as ações:
16/04/2020 - Ministério da Saúde destina R$ 247 milhões em ações para gestantes e puérperas
16/03/2021 - MS publica orientações para vacinação de gestantes, puérperas e lactantes