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Saúde Indígena
Emoção marca o início da vacinação no DSEI Pernambuco
Emoção marca o início da vacinação no DSEI Pernambuco
A chegada da vacina contra a COVID-19 foi motivo de muita comemoração nas aldeias Santana e Santa Helena, no Distrito Sanitário Especial Indígena Pernambuco. Teve choro, oração em agradecimento às entidades e dança da cura e libertação. Nos próximos dias, mais de 25.500 indígenas aldeados e trabalhadores indígenas de saúde serão vacinados no Distrito.
O cacique Francisco de Assis Cabral, da aldeia Santa Helena, pertencente à etnia Xukuru de Cimbres, reforçou a importância da vacina para os parentes. “Essa vacina é a salvação da lavoura. Estamos desde março sem fazer nossos rituais, encontros e festas. Todo mundo cobra os rituais, mas a gente vê a situação em que está o país em relação à COVID-19 e vê que não é possível fazer”.
O cacique reforçou, ainda, que as medidas de distanciamento tomadas no início da pandemia fizeram com que os casos de indígenas contaminados fossem mínimos. “A aldeia está praticamente fechada desde março. Só entra o pessoal da saúde e alguns familiares que têm certeza que não estão com a doença”.
Como os idosos são muito respeitados nas aldeias, o pajé da aldeia Santa Helena, José Ferreira Leite, de 92 anos não perdeu a oportunidade e fez questão de se vacinar também. “Vim aqui para dar o exemplo à comunidade”.
Os indígenas contam que a vacina era muito esperada desde o início da pandemia para que os parentes possam se encontrar no futuro próximo. “Com essa vacina, com certeza a gente vai ter mais segurança e melhores dias de vida pela frente”, acredita Dedé Xukuru do Ororubá, liderança da aldeia Santana.
Se por um lado existe a comemoração e euforia de tomar a vacina para que a vida volte ao normal, por outro, os indígenas estão bem conscientes de que ainda não deverão deixar de tomar as medidas de prevenção à doença porque já se vacinaram. “Tem que continuar usando a máscara, passando álcool gel e mantendo o isolamento social”, reforçou o coordenador do DSEI Pernambuco, Antônio Fernando da Silva.
E é exatamente isso que a enfermeira de enfrentamento à COVID-19, Poliana Oliveira, falou para cada indígena que foi vacinado. “Enquanto todo mundo não for imunizado, nós devemos manter os cuidados básicos preventivos para que a gente tenha o controle dessa doença”.