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ZOONOSES
Toxoplasmose: o gato não é vilão para a doença
Por uma questão cultural, os gatos são os animais domésticos que mais sofrem com os mitos e preconceitos da sociedade, principalmente os que envolvem a contaminação pela toxoplasmose. Começando pelo lado afetivo, é comum escutarmos, em rodas de conversa, coisas como “gatos não gostam de seus donos” ou que “gatos são traiçoeiros”. Quando o assunto é saúde, diversas doenças costumam ser associadas aos bichanos. Uma delas é a toxoplasmose.
Causada pelo parasita Toxoplasma gondii, trata-se de uma zoonose que dificilmente é transmitida diretamente dos gatos para as pessoas. O perigo está no contato com as fezes contaminadas do felino e no consumo de água contaminada e alimentos mal lavados ou mal cozidos. As principais vias de transmissão da doença são: via oral (por meio de alimentos contaminados); e congênita (transmitido de mãe para filho durante a gestação). São raros os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos.
Popularmente conhecida como a “doença do gato”, a toxoplasmose recebeu essa associação devido ao ciclo do parasita, no qual os felinos são os únicos hospedeiros definitivos. Diferente do que muitos pensam, estima-se que somente 10 a 15% dos gatos carreguem o parasita. Geralmente, os bichanos são contaminados devido a ingestão de carne de aves e roedores. Por isso, gatos que se alimentam de ração e que vivem em casa ou apartamento, sem acesso à rua, dificilmente poderão contrair a toxoplasmose.
“A principal medida de prevenção da toxoplasmose é a promoção de ações de educação em saúde, principalmente em mulheres que estão em idade fértil e pessoas com imunidade comprometida. Em todos os casos, a orientação é que os pacientes não utilizem medicamentos sem indicação médica e procurem atendimento para realizar o tratamento adequado”, explica o secretário de Vigilância em Saúde do ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.
Ações
Desde 2018, o Ministério da Saúde oferece treinamentos para os representantes da vigilância epidemiológica estadual e para os responsáveis pela saúde da criança e assistência farmacêutica, na modalidade presencial. Em 2021, devido a pandemia de Covid-19, ocorreram dois eventos on-line. Um deles foi o Fórum Brasileiro de Toxoplasmose no Medtrop, com mais de cem inscritos de todos os estados, o V Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose, e o II Simpósio Internacional de Toxoplasmose — ambos com mais de mil inscritos e diversas palestras que atenderam as principais demandas apontadas pelos estados e municípios.
A pasta também está desenvolvendo um curso na modalidade EAD. O projeto já está na fase final de elaboração e será lançado até janeiro de 2022.
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Ministério da Saúde