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POLÍTICA PÚBLICA
Saúde atualiza a Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem
- Foto: Myke Sena
A Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem (PNAISH) ganha novo texto após revisão. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou a atualização, neste domingo (12/12), na abertura do 38° Congresso Brasileiro de Urologia, em Brasília. A atualização tem o objetivo de ampliar o acesso dos homens aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS).
O menor acesso da população masculina nas Unidades Básicas de Saúde, a porta de entrada do SUS, interfere negativamente nos demais níveis de atenção à saúde, pois os homens buscam os serviços de saúde em situações de maior comprometimento e, muitas vezes, tardiamente. A PNAISH atualizada busca captar a população masculina na Atenção Primária ao preconizar que as ações de saúde do homem estejam mais integradas à assistência dos demais ciclos de vida.
“Os dados mostram que os homens têm uma expectativa de vida menor quando comparados com as mulheres. O governo federal quer induzir por meio da política que essa população tenha assistência em todos os pontos de atenção. Os profissionais de saúde do SUS, principalmente, os médicos urologistas aqui presentes são grandes aliados para melhorar a saúde dos homens do nosso país”, afirmou o ministro da Saúde durante a mesa de abertura do evento.
De acordo com levantamento de dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), observou-se que entre 2015 e 2020, 25,3% dos atendimentos individuais realizados no âmbito da atenção primária à saúde, na faixa etária entre 20 e 59 anos, foram de usuários do sexo masculino, sendo que esse percentual varia entre 23,1% e 27,7% ao longo dos anos estudados, constatando-se que a maior parte da população adulta (20 a 59 anos) assistida pelas UBS é composta pela clientela do sexo feminino (74,73%).
As mudanças na PNAISH buscam também melhor adequação à Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), revista em 2017, para uma maior adesão à integralidade do cuidado e autocuidado dos homens com foco na APS e as demais Redes de Atenção à Saúde. Foram incluídos no texto cinco eixos temáticos: (i) acesso e acolhimento; (ii) prevenção de violência e acidentes; (iii) sexualidade responsável e planejamento familiar; (iv) paternidade e cuidado; e (v) doenças prevalentes na população masculina.
Ações para Saúde do Homem
Em 2020, foram destinados mais de R$ 20 milhões aos estados e municípios para desenvolvimento de ações para cuidado integral à saúde do homem e prevenção do câncer de pênis no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Também no ano passado a Pasta lançou o Cartão do Caminhoneiro, em parceria com o SEST/SENAT, além de incentivo financeiro de R$1.050.000 para realização de ações de saúde nos Pontos de Parada e Descanso (PPDs), para ampliar o acesso da população masculino à Saúde.
Ainda no âmbito da APS, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), bem como os profissionais das equipes, têm feito busca ativa da população masculina para cadastramento e acompanhamento dos homens pelas equipes de saúde. “O governo Bolsonaro investe fortemente na Atenção Primária, pois é por meio da prevenção e promoção que é possível mudar o cenário da Saúde da população brasileira”, disse o secretário de Atenção Primária à Saúde do MS, Raphael Câmara, que também participou da cerimônia de abertura do Congresso.
A revisão da política era esperada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), parceira do Ministério da Saúde no que tange à melhoria da assistência do cuidado ao homem. “O médico urologista tem na população masculina sua atenção tanto nos agravos da próstata quanto do sistema urinário, paternidade, sexualidade, entre outros. Ter o ministro assinando a atualização da política que cuida dos homens no congresso e ainda convidando a SBU para referendar o ato, é memorável para o trabalho em conjunto que temos feito”, ressaltou o Dr. Antônio Carlos Pompeo, presidente da SBU (gestão 2020-2021).
Em 2021, foi assinado acordo de Cooperação com a instituição para realizar ações de cuidado e promoção à saúde no SUS, produção de materiais educativos, a exemplo da Campanha Novembro Azul deste ano.
Paula Bittar
Ministério da Saúde