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Retrospectiva 2021: as milhões de vacinas Covid-19 que trouxeram esperança para o Brasil
- Foto: Myke Sena/MS
Quem viu acontecer a maior Campanha de Vacinação da história do Brasil, testemunhou o esforço diário de milhares de profissionais de saúde, que chegaram a aplicar mais de 2,5 milhões de doses de vacina Covid-19 em um só dia. Viu ainda os resultados que o avanço da imunização contra a doença trouxe para o Brasil: uma queda de quase 95% na média móvel de óbitos desde o pico da pandemia. Diante de uma política acertada e eficaz, a iniciativa só demonstra o compromisso do Governo Federal com a vida e com a atenção à saúde de todos os brasileiros, sem exceção.
O Brasil fecha 2021 com mais de 90% do público-alvo da Campanha, de 177 milhões de brasileiros, vacinado com a primeira dose e 80% com o esquema vacinal completo. O país avança todos os dias em uma nova etapa, com a dose de reforço. Cerca de 16 milhões de pessoas já receberam mais uma dose para intensificar a proteção contra a Covid-19. O Ministério da Saúde já distribuiu mais de 381 milhões de vacinas para todos os cantos do país.
O ano de 2021 foi marcado por um ano de esperanças, de mudanças, mas também de avanços. A Campanha de Vacinação contra a Covid-19 trouxe o alívio que os brasileiros precisavam depois de um ano intenso, com milhões casos e milhares de óbitos. Mas também trouxe avanços que transformaram o Sistema Único de Saúde (SUS): avanços em ciência, pesquisa e estrutura hospitalar. Para a pandemia, perdemos amigos e familiares. Mas, com ela, o Brasil aprendeu também a ser forte e preparado para novos desafios.
Durante o ano, teve doses de vacinas a idosos, mais afetados pelo vírus da Covid-19; aos profissionais de saúde, heróis que lutaram nessa guerra contra um inimigo invisível; teve também vacina para imunossuprimidos, portadores de comorbidade, adolescentes, jovens, adultos e indígenas. A Campanha continuará em 2022 com mais de 350 milhões de vacinas para reforçar a imunização dos brasileiros. “Somos exemplo para o mundo todo. A vacinação é o principal caminho para o fim da pandemia”, declarou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Para destacar as ações do Governo Federal no combate à pandemia, o Ministério da Saúde apresenta esta retrospectiva que elenca os fatos mais importantes que marcaram o ano de 2021 na viabilização da maior campanha da história do Brasil.
As primeiras doses
Tudo começou em janeiro de 2021, quando as primeiras doses de vacina Covid-19 chegaram ao Brasil e foram distribuídas às unidades federativas. O primeiro lote composto de 2 milhões de imunizantes chegou pelo Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. No país, um misto de emoção e sentimentos. Afinal, pousava no Brasil as primeiras doses de esperança, que ajudariam a pôr fim à pandemia da Covid-19. Ao todo, 10,7 milhões de vacinas foram distribuídas e aplicadas no braço dos brasileiros naquele mês.
Produção de vacinas em solo brasileiro
O mês de fevereiro foi marcado pelo início da produção de vacinas Covid-19 em solo brasileiro. O primeiro lote do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) havia sido comprado ainda no mês de janeiro. Com a articulação do Governo Federal, o Brasil garantiu a importação de quase 6 mil litros de insumos para a fabricação de imunizantes contra a Covid-19 no Brasil que chegaram ao País em fevereiro. A produção da Coronavac ficou a cargo do Instituto Butantan, em parceria com o laboratório Sinovac; e da AstraZeneca/Oxford pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a AstraZeneca.
Foto: Myke Sena/MS
Família “Zé Gotinha” e vacinação em massa
Foi em maio que a Campanha de Vacinação contra a Covid-19 ganhou novos incentivadores. O Ministério da Saúde lançou a Família “Zé Gotinha”, composto pelo Zé Gotinha, Maria Gotinha, Gotinha Júnior, Vô Gotinha e Vó Gotinha. Nesse mês, a pasta também iniciou um trabalho de pesquisa de vacinação em massa. Botucatu, interior de São Paulo, que registrou queda de 70% nos casos, foi a primeira cidade a iniciar o projeto, que logo depois chegou à Ilha de Itaquera, no Rio de Janeiro, que começou em junho. A ideia era medir o impacto da vacinação em massa no Brasil.
O Ministério da Saúde conseguiu abertura de crédito extraordinário no valor de R$ 5,5 bilhões o que possibilitou aquisição das 100 milhões de doses da Pfizer e mais de 50 milhões de doses da AstraZeneca/Fiocruz. Ao todo, os dois contratos com a farmacêutica renderam ao País mais de 200 milhões de vacinas da tecnologia RNA mensageiro e de quase 200 milhões da vacina de tecnologia biomolecular baseada no chamado “vetor viral”.
Taxa de ocupação de leitos Covid-19 menor que 50%
No meio do ano, com mais de 190 milhões de doses aplicadas, e mais de 80% do público-alvo com a primeira dose, o Brasil assistia a mais quedas nos números de casos e óbitos pela Covid-19 com redução média de 60% em casos e óbitos pela Covid-19 em apenas dois meses. O País chegou também à 4ª posição no ranking mundial entre os países que mais aplicam vacinas, seja primeira, segunda dose ou dose única. Isso foi possível criar uma série de estratégias para que a volta segura às aulas presenciais fosse realizada de forma segura.
A vacinação também surtiu efeito na pressão que o sistema de saúde recebeu durante os picos da pandemia no Brasil. Em agosto, pelo menos 20 estados brasileiros registraram taxa de ocupação menor que 80% em leitos Covid-19. O mês terminou com outra boa notícia: o Brasil se tornaria um dos maiores produtores e potencial exportador de vacinas Covid-19 da Pfizer. A farmacêutica americana e a brasileira Eurofarma deram um passo para reforçar o complexo industrial de saúde firmando parceria para produção do imunizante em solo brasileiro.
IFA nacional, reconhecimento da OMS e dose de reforço
Foi no fim do mês de setembro que a Fiocruz concluiu a produção dos primeiros lotes de IFA nacional para fabricação de vacina Covid-19. Em encontro com o diretor-presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, o Brasil foi elogiado pelos resultados da Campanha de Vacinação. O reconhecimento veio após abertura da reunião com os ministros da Saúde do G20 quando o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou que o país passaria de importador para exportador de vacinas Covid-19. E foi em setembro que o Ministério da Saúde concluiu o envio de vacinas Covid-19 para imunizar a população adulta com a primeira dose.
Queda de 90% nos óbitos desde o pico da pandemia
Considerada a maior Campanha de Vacinação da história do Brasil, o mês de outubro começou com um índice importantíssimo. Foram mais de 300 milhões de doses de vacina Covid-19 distribuídas e mais de 60% da população-alvo completamente vacinada. Com o envio de 100% de vacinas AstraZeneca para completar esquema vacinal, Ministério da Saúde reduz intervalo entre as doses. Com o sucesso da campanha, a Pasta apresentou a Campanha de Vacinação contra Covid-19 para o ano de 2022. A previsão é disponibilizar mais de 354 milhões de vacinas para os brasileiros no ano seguinte.
Os reflexos da vacinação também afetavam consideravelmente os números da pandemia. Em outubro, a média móvel de óbitos por Covid-19 registrou queda de mais de 90% desde o pico da pandemia, registrado em abril de 2021. Cinte da importância as pesquisas de se fortalecer a ciência no país, uma parceria inédita assinada em outubro garantia a primeira unidade da Universidade de Oxford em solo brasileiro. O objetivo é promover a formação de novos pesquisadores e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos. Além disso, o Brasil reforçou parceria com Reino Unido para medicina genômica quando Queiroga visitou o laboratório no Guy's Hospital, em Londres.
Desocupação de leitos e força-tarefa para 2ª dose
Para ampliar a cobertura vacinal o Ministério da Saúde lançou a campanha de “Mega Vacinação” com foco na segunda dose e na dose de reforço. Isso porque a vacinação é a principal arma contra o vírus. Tanto que, em novembro, nove estados brasileiros e o DF não registraram mortes por Covid-19 em 24 horas. Com mais de 70% do público-alvo completamente vacinado contra a doença, pela primeira vez em toda a pandemia, 23 estados apresentaram ocupação em leitos Covid-19 abaixo de 50%. Além disso, o Ministério da Saúde e a Pfizer assinaram contrato para aquisição de 100 milhões de vacina Covid-19 para 2022.
Variante Ômicron e doação de vacinas
Em dezembro, com o surgimento da variante Ômicron, o Brasil seguiu dando respostas rápidas à população no monitoramento da pandemia de Covid-19. Logo nos primeiros indícios sobre a chegada da Ômicron ao país, o Ministério da Saúde montou uma sala de situação para monitorar o cenário epidemiológico da variante e avaliar os riscos para a adoção das medidas necessárias. O Governo Federal vai poder doar vacinas Covid-19 a outros países, o que tornou o Brasil o primeiro país da América Latina a fazer doação de imunizantes. O envio de doses para outros países não trará prejuízo à vacinação da população brasileira e não impactará o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação.
Outro destaque importante de dezembro é que um estudo encomendado pela pasta da Saúde indicou ainda que a combinação heteróloga, ou seja, de vacinas Covid-19 diferentes é a estratégia mais eficaz para a dose de reforço. A pesquisa confirmou a estratégia utilizada pelo Ministério, que recomenda a dose de reforço com o imunizante da Pfizer.
Fernando Brito
Ministério da Saúde