Notícias
EDUCAÇÃO E SAÚDE
Ministério da Saúde inaugura a exposição “Sífilis: História, Ciência, Arte” no Rio de Janeiro
Foto: Wanderson Gontijo/SVS
Ainda há dúvidas sobre como a sífilis surgiu. A doença ganhou atenção e se espalhou pela Europa no final do século XV, no período marcado pelas grandes navegações. Foram quase 500 anos de história e pesquisas científicas até a descoberta da penicilina e, com ela, a cura para a doença. Embora pareça uma doença do passado, a sífilis está mais presente do que nunca. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que são registrados mais de 7 milhões de novos casos da doença em todo o mundo.
E para narrar todos esses fatos, o Ministério da Saúde inaugurou nessa quarta-feira (17), no Centro Cultural do Paço Imperial, no Rio de Janeiro, a exposição “Sífilis: História, Ciência, Arte”. A iniciativa tem como objetivo difundir conhecimento sobre a doença pelo viés da educação em saúde. A exposição estimula o visitante a não só conhecer mais sobre a sífilis, mas a adotar medidas de prevenção e controle da infecção. Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) mostram que o Brasil registrou 115 mil casos de sífilis adquirida em 2020.
Dividida em três módulos temáticos (histórico, científico e artístico), a mostra fornece um panorama sobre a sífilis reunindo documentos, marcos científicos importantes, dados epidemiológicos, reproduções de obras de arte e objetos, como instrumentos antigos de diagnóstico e um frasco de penicilina de 1940. A ideia é facilitar a percepção das pessoas sobre a existência da doença, apresentando também informações sobre as manifestações clínicas da sífilis, os principais sinais e sintomas, além das formas de tratamento.
“Essa belíssima exposição é uma importante ação de educação em saúde da SVS, que se junta a outras ações promovidas pelo Ministério da Saúde para alertar e informar a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis, em especial a prevenção da transmissão durante a gestação. E é resultado de um trabalho em conjunto de profissionais e instituições preocupadas com o controle da sífilis no Brasil”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.
A exposição “Sífilis: História, Ciência, Arte” fica aberta à visitação de 18 de novembro de 2021 a 20 de fevereiro de 2022, no Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial, no Rio de Janeiro (RJ). A visitação ocorre de terça a domingo e aos feriados, das 12h às 17h. A entrada é gratuita.
Idealizada pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, a exposição foi desenhada em parceria com o Centro Cultural do Ministério da Saúde, com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e com o professor e médico Mauro Romero, curador emérito da exposição, representando a Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e o Setor de DST da Universidade Federal Fluminense, que reuniram suas expertises para contar essa história.
Essa belíssima exposição é uma importante ação de educação em saúde da SVS, que se junta a outras ações promovidas pelo Ministério da Saúde para alertar e informar a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis - Arnaldo Medeiros, SVS.
Números da sífilis no Brasil
Em 2020, 115 mil casos de sífilis adquirida (transmitida por meio do contato sexual) foram registrados no Brasil. Desses, 61.441 foram de sífilis em gestantes. Destes totais, 38,8% das notificações de sífilis adquirida ocorreram em indivíduos entre 20 e 29 anos, e 56,4% das gestantes também tinham essa idade.
Ainda que tenha tratamento e cura, a sífilis pode levar o paciente a graves complicações, inclusive ao óbito. Uma de suas manifestações mais danosas é a sífilis congênita, transmitida para o bebê durante a gestação ou parto. No ano passado foram 22.065 de sífilis congênita registrados no Brasil, com 186 óbitos. Além disso, 56,4% das crianças que nasceram com sífilis congênita vieram de mães com idade entre 20 e 29 anos.
No caso de mulheres grávidas acometidas pela doença, por exemplo, o diagnóstico tardio ou a falta do tratamento adequado pode levá-la ao abortamento, prematuridade, baixo peso da criança ao nascer e morte fetal, problemas comuns em casos de sífilis congênita.
A sífilis
A sífilis é uma doença silenciosa e de caráter sistêmico. Ela é causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por contato sexual. Pode ser transmitida também na gestação ou parto, causando consequências como aborto, parto prematuro, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, lesões de pele e malformações, com mortalidade em torno de 40% nas crianças com sífilis congênita. A bactéria que causa a sífilis pode permanecer no corpo da pessoa por décadas sem sintomas para só depois manifestar-se novamente.
Quem possui sífilis pode apresentar diversas manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
A manifestação inicial é uma úlcera no local de entrada da bactéria, geralmente na região genital, que sara sozinha. Ainda manifestações iniciais incluem erupções/manchas no tronco, nas mãos e pés; placas e lesões em mucosas. Esta fase pode ser acompanhada de sintomas inespecíficos como febre baixa, mal-estar e cefaleia. Se a doença não for tratada pode evoluir para estágios mais graves acometendo o sistema nervosos central e cardiovascular.
Ministério da Saúde