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IMUNIDADE
Dose de reforço: estudo de Oxford mostra que combinação heteróloga é mais eficaz
Foto: Myke Sena
A combinação heteróloga, ou seja, de vacinas Covid-19 diferentes é a estratégia mais eficaz para a dose de reforço. Esse é o resultado da pesquisa conduzida pela Universidade de Oxford, encomendada pelo Ministério da Saúde, apresentado nesta sexta-feira (17).
O estudo mostrou que a vacina de RNA mensageiro, da Pfizer, aumenta em até 175 vezes a produção de anticorpos neutralizantes, que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células. A pesquisa norteou as políticas públicas conduzidas pela pasta para o enfrentamento à pandemia e campanha de vacinação.
O estudo foi apresentado pela pesquisadora e professora da Universidade de Oxford, Sue Ann Clemens. O resultado reafirma a estratégia usada pelo Ministério da Saúde, que recomenda a vacina da Pfizer como dose de reforço, independentemente do imunizante utilizado no esquema primário. A orientação é que o reforço seja aplicado nos brasileiros acima de 18 anos, cinco meses após a conclusão do ciclo vacinal. Mais de 17 milhões de brasileiros já estão com a imunidade reforçada.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou a importância da vacinação e os reflexos da campanha no cenário epidemiológico brasileiro. “Em saúde pública é muito importante observar os resultados. [...] As políticas públicas conduzidas e orientadas pelo Ministério da Saúde resultaram em uma queda expressiva dessa média móvel de óbitos. É por isso que mais uma vez eu peço ao povo brasileiro que confie no Ministério da Saúde porque nós aqui tomamos as melhores decisões e essas decisões devem ser refletidas na ponta, nos 5.570 municípios dessa grande nação que é o Brasil”, afirmou.
A pesquisa avaliou pessoas que tomaram as duas doses da Coronavac, produzida com vírus inativo, e a efetividade do imunizante seis meses após a conclusão do esquema vacinal. Para a dose de reforço, foi analisado o esquema heterólogo, ou seja, a combinação de vacinas de plataformas diferentes. O estudo foi conduzido com quatro grupos diferentes de pessoas, que receberam os quatro imunizantes disponíveis pelo PNI.
"As vacinas da Astrazeneca, Janssen e Pfizer induziram a formação de anticorpos neutralizantes em adultos e idosos. A Coronavac induziu a formação de anticorpos em adultos e em apenas dois terços dos idosos. Traduzindo em números: a Coronavac aumentou em 7 vezes os anticorpos neutralizantes; a Janssen em 61 vezes; a Astrazeneca aumentou em 85 vezes; e a Pfizer aumentou em 175 vezes. O reforço com a plataforma heteróloga realmente suscita uma maior resposta imune”, afirmou a pesquisadora.
Clements também ressaltou a importância da vacinação para frear possíveis casos de novas variantes da Covid-19. "Até o momento o Brasil se encontra preparado para enfrentar uma possível entrada da Ômicron, é bastante importante que as pessoas se conscientizem e busquem a sua segunda dose e a sua dose de reforço porque como já se mostrou, é necessário um reforço para evitar realmente o escape em relação a Ômicron”, finalizou.
Ministério da Saúde