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ATENÇÃO PRIMÁRIA
Saúde promove capacitação sobre diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil no SUS
Em mais uma ação voltada à atenção primária, o Ministério da Saúde firmou um compromisso com a capacitação de profissionais de saúde em todo o país sobre o diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil no Sistema Único de Saúde (SUS). O curso será desenvolvido pela Associação Peter Pan, instituição que já capacitou aproximadamente 3.500 profissionais da Estratégia de Saúde da Família no Estado do Ceará.
A previsão é que o curso esteja disponível ainda em 2021. O treinamento toda a equipe da Atenção Primária é uma das formas de abreviar o tempo do diagnóstico do câncer pediátrico.
“Não podemos nos cansar de repetir que a promoção e a prevenção são as bases do SUS. É fundamental ter esse princípio estruturado na atenção primária à saúde. No caso do diagnóstico do câncer em crianças e adolescentes, a identificação precoce na unidade básica de saúde vai ser determinante para salvar a vida do paciente”, afirma o secretário de Atenção Primária à Saúde (Saps), Raphael Câmara.
Diferentemente do adulto, não existe prevenção para o câncer infanto-juvenil e também não apresentam sinais específicos, nas fases iniciais da doença. Dessa forma, o reconhecimento dos sinais e sintomas de forma precoce é considerado a maior possibilidade de cura e bem como de evitar sequelas.
Outro fator significativo no diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil refere-se à possibilidade de evitar sequelas, como por exemplo, amputações provenientes de tipos específicos de câncer, como o osteosarcoma. Por isso, o intuito da capacitação sobre sinais e sintomas do câncer infantojuvenil é levar conhecimento a toda a equipe multidisciplinar, que compõe a APS.
O curso
O conteúdo será ministrado por meio da modalidade educação a distância e consistirá em: sinais e sintomas, política nacional para a prevenção e controle do câncer e epidemiologia, cuidados necessários para a atenção à saúde da criança e do adolescente com câncer.
“O curso traz instruções aos profissionais como avaliar o histórico de sintomas repassados pelos cuidadores e da análise visual dos aspectos físicos. Essa é a primeira etapa para que o paciente seja encaminhado à realização de exames básicos e o direcionamento preciso a um hospital de referência em oncologia pediátrica, já nos primeiros sinais de suspeição de câncer”, explica Dra. Sandra Emília Almeida Prazeres, coordenadora do projeto.
Números
No Brasil, a média das taxas de incidência do câncer infanto-juvenil em 2020 foi de 154,3 por milhão, sendo considerado, proporcionalmente, a primeira causa morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
Gustavo Frasão
Ministério da Saúde