Notícias
ATENÇÃO PRIMÁRIA
Saps visita maternidades de Manaus e apoia ações de melhoria da atenção no estado
Foto: Mônica de Oliveira Silva/Saps
Em julho, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) esteve no Amazonas para uma agenda intensa, com o propósito de fortalecer a saúde pública na região. A programação contou com visitas técnicas a maternidades da capital e uma reunião com propostas de soluções locais e incentivo federal.
Para o secretário da pasta, Dr. Raphael Câmara, foi importante identificar os êxitos e as fragilidades do estado para traçar as melhores estratégias. “Estamos bem informados sobre a situação e dispostos a trabalhar junto ao governo local para readequar a rede materno-infantil no que for preciso”, diz.
A coordenadora-geral de Ciclos da Vida (CGCIVI/Dapes/Saps/MS), Lana de Lourdes Aguiar Lima, conta que a equipe da Saps visitou cinco das sete maternidades existentes no estado e ressaltou que o objetivo da agenda foi demonstrar que o Ministério está presente no território e disposto a apoiar o avanço da assistência de qualidade à população materno-fetal. "Encontramos cenários heterogêneos. Havia maternidades prestando boa assistência à população, com ambiência adequada e necessitando apenas de mais investimento para a ampliação e o avanço no cuidado obstétrico. Mas alguns serviços necessitam de forma urgente adequar ambientes, trocar equipamentos obsoletos e reestruturar a organização do trabalho local”, pondera
No início de julho, a coordenadora acompanhou o lançamento da iniciativa-piloto Força Pré-Natal do SUS , estratégia tripartite para fortalecer as ações de pré-natal no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) para qualificação da atenção às gestantes e puérperas no Amazonas. Na ocasião, foram investidos R$ 300 mil reais na capacitação de 700 equipes de Saúde da Família (eSF) de 10 cidades do estado, além da capital.
Realidade local
No caso da Maternidade Ana Braga, por exemplo, que conta com 20 leitos de UTI neonatal e mais 164 leitos de outras modalidades, o destaque foi para o fato de que o local é referência para o Método Canguru. Entretanto, as três etapas não foram plenamente implantadas, o ar-condicionado estava quebrado, havia pendências nos passos da IHAC e ausência de mães na unidade neonatal, o que dificulta a oferta de leite materno - uma das pautas centrais da atual gestão da Saps. Portanto, foi solicitada a abertura de custeio de uma Casa da Gestante Bebê e Puérpera, estrutura que faz parte da Rede Cegonha e disponibiliza uma residência provisória de cuidado à gestação de alto risco.
Na Maternidade Dona Lindu, cuja capacidade de leitos obstétricos chega a 208, foi identificada unidade de cuidados intermediários Canguru (UCINCa) com a temperatura muito baixa, sendo necessário o controle térmico, principalmente à noite. A equipe técnica solicitou a aquisição de berços de acrílico para o banho, a fim de evitar infecções cruzadas, e a adequação da unidade neonatal, com todos os ambientes em um mesmo andar. Além disso, a direção do local relatou que vai disponibilizar uma sala para que as mães façam suas refeições.
Já na Maternidade Nazira Daou, foram identificadas adequações mais urgentes, tanto em relação aos equipamentos quanto aos processos - como a realização de coleito entre mãe e recém-nascido, o que pode trazer riscos para os pacientes. Para lidar com essa questão, a maternidade inaugurou uma ala de albergue destinado a alojar mães cujos bebês nascidos na unidade precisem permanecer internados por mais tempo. O espaço foi apresentado à equipe do Ministério da Saúde durante a visita.
Por fim, a Maternidade Balbina Mestrinho foi identificada como muito bem estruturada, com as três etapas do Método Canguru plenamente implantadas, sendo um modelo para o estado. Somente necessitam começar a fazer a oferta de leito cru à beira-leito para os recém-nascidos e adequar o ninho para melhor posturação, visando ao cuidado do neurodesenvolvimento. Outra maternidade modelo visitada foi a Moura Tapajós, a única de gestão municipal, que precisa apenas de mais investimento para ampliação da assistência (tendo em vista o aumento da demanda de atendimentos advindos dos municípios do entorno de Manaus), especialmente nos casos de alto risco materno. As orientações foram: aquisição de mais equipamentos, custeio da obra de expansão (cujo projeto arquitetônico está pronto) e reorganização do Grupo Condutor da Rede Cegonha.
Todas essas questões fizeram parte de uma reunião entre a equipe técnica do Ministério da Saúde, as coordenações municipal e estadual de Saúde da Mulher e da Criança e a coordenadora das Redes de Atenção à Saúde e Rede Cegonha. Entre os encaminhamentos formalizados, destacam-se a descentralização dos pontos de atenção que, atualmente, estão concentrados em Manaus; a reativação do Grupo Condutor da Rede Cegonha; e o investimento em capacitações e melhoria das habilidades profissionais de Manaus e entorno – Oferta da Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia.
Em 2021, por meio da Portaria 731, de 16 de abril de 2021, o Ministério da Saúde já destinou um total de R$ 6.788.270,00 para a saúde materna no Amazonas, sendo R$ 2.927.529,00 especificamente para a capital, Manaus.