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Capacitação em psicodrama on-line e gratuita abre 60 vagas com inscrições até 20 de agosto
A saúde mental tem recebido cada vez mais atenção da sociedade, especialmente no contexto da pandemia. Pensando nisso, o Ministério da Saúde e o Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG) abriram mais 60 vagas para capacitação on-line e gratuita de psicólogos e psiquiatras da rede pública.
Podem se candidatar, também, profissionais de organizações sociais em saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e de comunidades terapêuticas vinculadas à Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred).
Para se inscrever, clique aqui.
Após a inscrição, é necessário enviar um e-mail para gislaine@cealag.com.br com a foto do crachá (ou algum outro comprovante de vínculo) e a declaração da chefia imediata autorizando a participação nas aulas e no atendimento supervisionado. O prazo para o registro e envio da documentação é até o dia 20 de agosto.
A duração da capacitação é de um ano, com 288 horas, começando pela parte teórica distribuídas em dois finais de semana. Já na segunda fase do projeto, os alunos passarão supervisão on-line. As aulas acontecerão quinzenalmente, nas sextas, das 18h às 22h, e aos sábados, das 9h às 18h.
O curso contará com o ambiente virtual de aprendizagem do CEALAG na plataforma Moodle, em que serão disponibilizados aos alunos o cronograma de estudos, o manual de aulas e o material complementar. Devido à necessidade de interação, as aulas não ficarão gravadas e só receberão certificado os alunos que tiverem pelo menos 75% de presença no curso.
Sobre psicodrama
O psicodrama é um método de ação profunda e transformadora, que trabalha tanto as relações interpessoais como as ideologias particulares e coletivas. Sua aplicação é uma das mais eficientes e criativas nos campos da saúde, da educação, das organizações e dos projetos sociais.
É orientado pela emoção, pelo grupo e pela co-criação, pois busca promover estados espontâneos, discriminar e integrar, com certa harmonia, o individual com o coletivo, o mundo interno com a realidade compartilhada. Produz catarse emocional e insights cognitivos.
Saúde mental na APS
Não é apenas na Atenção Especializada que a saúde mental é abordada no âmbito do SUS. A Atenção Primária à Saúde (APS) conta com psicólogos em equipes multiprofissionais e com políticas e programas transversais que também tratam do tema. Para aperfeiçoar o atendimento, a coordenadora da capacitação, dra. Maria Rita D’Angelo Seixas, convida os profissionais da APS para se inscreverem no curso. “Nossa proposta, junto à APS, é capacitar 500 profissionais de saúde do país em duas frentes: psicodrama, voltado para psicólogos e psiquiatras, e terapia familiar, designado a todos os profissionais de saúde da rede”, conta. O responsável por facilitar o projeto no Ministério da Saúde foi o coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (CGMAD/Dapes/Saps), dr. Rafael Bernardon.
A doutora em psicologia e supervisora em psicodrama conta que os estados onde o curso de psicodrama começou no início do ano (São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco), os alunos já estão na fase de supervisão, e bastante entusiasmados. “A aceitação tem sido muito grande, o que percebido pelas avaliações dos alunos ao final de cada módulo, e essa fase de colocar o aprendizado em prática é de extrema importância, pois queremos que os profissionais saiam devidamente capacitados”, explica.
No curso de terapia familiar, que está no quarto mês de realização, há um grande potencial para a Atenção Primária, como avalia uma das professoras, Ana Márcia Cavalcanti. “Os profissionais da APS atuam na ponta e farão a diferença, pois estão sendo treinados para serem facilitadores, para dar suporte emocional, auxiliando famílias a tomarem escolhas mais acertadas e que visem o bem-estar. A visão desenvolvida sobre os pacientes também é ampliada, e entendemos que cada pessoa dentro da família - tenha ela a conformidade que tiver - traz uma percepção e uma verdade, e que elas não precisam ser excludentes”, explica a terapeuta familiar sistêmica, que também é mestre em Saúde Pública e doutora em Saúde da Criança e do Adolescente.
Veruska Tavares Moreira é aluna da turma de terapia familiar, e elogiou a experiência profissional das facilitadoras, que vêm contribuindo para a ampliação do conhecimento acerca das intervenções com famílias. “Muitos familiares acabam desenvolvendo resistência ou mesmo desistem da participação no acompanhamento do usuário, e as técnicas que estamos aprendendo nos possibilitam avançar na aproximação da família. Tem sido muito gratificante participar deste curso”, conta.
Para a psicóloga, que trabalha no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Moreno, Pernambuco, a presença de profissionais da atenção primária e da atenção especializada nos cursos é a chave para uma prática integrada, com fortalecimento da atuação na saúde. “Na experiência com o território em que atuo, são possibilidades de ampliação do olhar em relação ao sujeito com transtorno mental e suas implicações no convívio familiar e comunitário. Também vislumbro intervenções com grande impacto positivo na saúde mental no território”, opina.
No entanto, a dra. Maria Rita lembra que o impacto de ambos os cursos na APS depende, também, do interesse e do apoio dos gestores locais em permitir que os alunos possam pôr em prática os recursos que adquiriram. “Sabemos que, infelizmente, nem todos têm esse olhar. Outros, porém, como os gestores de Recife, pediram, inclusive, para acompanhar a evolução dos alunos no curso e estão muito agradecidos pela capacitação, o que nos anima”, relata.
Confira o programa do curso e o modelo de autorização da chefia imediata.
Com informações do Nucom/SAPS
Ministério da Saúde