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OUTUBRO ROSA
Mulheres indígenas recebem orientações sobre câncer de mama e colo de útero nas aldeias
Durante o Outubro Rosa, o Ministério da Saúde amplia os cuidados com a saúde das mulheres indígenas presentes nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). As ações, coordenadas pelas Equipes Multidisciplinares de Atenção à Saúde Indígena (EMSI), têm como objetivo orientar o público feminino das 305 etnias que vivem em quase seis mil aldeias sobre o autocuidado e a prevenção do câncer de mama e de colo de útero.
Os DSEIs têm realizado oficinas e palestras sobre o tema com participação de mulheres com idade entre 25 e 64 anos. Porém, durante o ano todo, os distritos desenvolvem estratégias de educação em saúde para facilitar o diagnóstico precoce de neoplasias com o objetivo de sensibilizar para a importância dos exames preventivos.
Ismália Macário trabalha como enfermeira em territórios indígenas há cinco anos. A profissional de saúde de 31 anos atua no acompanhamento das mulheres e das crianças indígenas no DSEI Rio Tapajós (PA) e participa de ações de prevenção feitas durante o mês de outubro.
“Nós fizemos oficinas de flores, de pinturas, e vimos como as mulheres enxergavam suas mamas e o seu colo de útero. Nós montamos essas estratégias de conscientização e elas participam. Depois disso, nós falamos com os caciques, com as lideranças, e partimos para um plano de ação para realizar os exames”, conta Ismália.
ATENDIMENTOS DOMICILIARES
Durante a pandemia da Covid-19, as ações de Atenção Primária à Saúde estão sendo realizadas normalmente nas aldeias, seguindo os protocolos de segurança e de prevenção da transmissão do coronavírus. As equipes priorizaram as visitas domiciliares, para garantir a continuidade do cuidado à saúde dos povos indígenas como um todo.
“Quando a equipe entra nos territórios, ela se apresenta para as lideranças indígenas, para os conselhos, por uma questão cultural. A própria liderança convoca as mulheres e elas ajudam a fazer o engajamento com as equipes multidisciplinares. A partir daí, conseguimos fazer as visitas domiciliares e as coletas de exames. Estamos tendo muito sucesso em relação a isso”, explica a enfermeira.
No caso específico das mulheres, o acompanhamento feito pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI-SUS) acontece desde a fase mais jovem até a vida adulta. O atendimento permanente e próximo, feito diretamente nas aldeias, contribui para ampliar as orientações de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero.
O SASI-SUS é responsável por executar o cuidado em saúde para a população que vive nos territórios indígenas, qualificando os atendimentos no pré-natal, no parto e no puerpério. Além disso, realiza ações de controle dos cânceres do colo do útero e da mama com abordagem de promoção, prevenção, rastreamento/detecção precoce, diagnóstico e tratamento no que compete à atenção básica de saúde.
DADOS
Em 2019, foram realizados 30.652 exames preventivos para câncer de colo de útero em mulheres indígenas de 25 a 64 anos assistidas pelas equipes presentes nos 34 DSEIs. No ano passado, foram registrados 26 casos de neoplasia maligna de mama e 23 casos de neoplasia maligna de útero, o que representa uma taxa de incidência de 6,83 para câncer de colo de mama e de 6,04 para câncer de colo de útero por 100 mil habitantes do sexo feminino. Os dados são preliminares e abrangem o acompanhamento no âmbito da Atenção Primária.
Marina Pagno
Ministério da Saúde}
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