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Ministério da Saúde prevê 140 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 no primeiro semestre de 2021
País tem investido na ampliação dos parques tecnológicos produtores de imunobiológicos para atender a demanda de produção nacional da vacina contra o coronavírus
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (8), a previsão de 140 milhões de doses da vacina para Covid-19. A expectativa é que a população tenha acesso a vacina aos insumos a partir de janeiro de 2021, após aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A pasta tem investido na melhoria de parques tecnológicos, como a Fiocruz e o Butantan, para fortalecer o Programa Nacional de Imunização brasileiro e ampliar a capacidade de produção nacional.
Em um primeiro momento, as vacinas serão ofertadas pelo laboratório AstraZeneca, responsável pelo desenvolvimento da vacina de Oxford, e pelo consórcio internacional Covax Facility. “Somando as duas iniciativas, a expectativa é que tenhamos cerca de 140 milhões de doses disponíveis para a população brasileira já no primeiro semestre de 2021, via Programa Nacional de Imunização (PNI)”, assegurou o secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Após a incorporação de tecnologia em uma segunda fase, a previsão é que a capacidade de produção seja de mais 165 milhões de doses no ano que vem.
O Plano Nacional para Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 está sendo elaborado no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunizações e Doenças Transmissíveis. Entre os eixos prioritários avaliados estão a situação epidemiológica da Covid-19 e definição da população-alvo, estratégia de vacinação, operacionalização, farmacovigilância, estudos necessários para monitoramento pós-comercialização, supervisão e avaliação, comunicação sobre a campanha de imunização.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde (SVS), Arnaldo Medeiros, a proposta do Plano deve ser entregue até o final do ano. “Os estudos epidemiológicos têm sido realizados em conjunto com as secretarias do Ministério da Saúde, especialistas, sociedades médicas, conselhos de classe, universidades e demais autoridades no assunto”, esclareceu.
A importância do monitoramento global e das etapas que precisam ser cumpridas até que a vacina esteja disponível à população também foi esclarecida pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos (SCTIE), Hélio Angotti durante a coletiva de imprensa.
“Estamos acompanhando a tecnologia utilizada, observando os rigorosos critérios de qualidade, eficácia e segurança. Esse processo tem início na descoberta da vacina, passando por uma aprovação regulatória, pesquisas clínicas, registro da Anvisa e, por fim, pelo acesso ao Sistema Único de Saúde”, reforçou o secretário.
O gerente geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Santos, acrescentou que as vacinas que estão em fase 3 atualmente no Brasil. “Após a verificação da eficácia, segurança e qualidade da vacina, a Agência faz o registro que permite a comercialização e a disponibilização no Brasil. Precisamos também checar se haverá no local em que a vacina será fabricada vai existir condições técnicas operacionais para reprodução de lote com a qualidade necessária do imunizante”, reforçou.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e o diretor do DataSus, Jacson Barros, também participaram da coletiva. Eles falaram sobre as fases de pesquisa da Fiocruz, o desenvolvimento tecnológico e ainda acerca do processo de modernização do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, que facilitará o monitoramento da população vacinada e rastreamento de possíveis efeitos adversos.
Investimentos - Na última semana, o Governo Federal liberou R$ 2,5 bilhões para o Brasil aderir ao Covax Facility. A primeira parcela foi paga na quinta-feira (8), no valor de R$ 803,5 milhões.
A adesão do Brasil ao Covax Facility permitirá o acesso a, pelo menos, nove vacinas em desenvolvimento pelos laboratórios: Inovio, Moderna, Curevac, ThemisMerk, Oxford/AstraZeneca, Novavax, Universidade Queensland, Clover e Universidade de Hong Kong.
Em agosto, o Governo já havia anunciado a liberação de R$1,9 bilhão para a compra da vacina do laboratório AstraZeneca.
Luiza Barufi
Ministério da Saúde / Jornalista
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