Notícias
CUIDADOS
Pacientes compartilham experiências do diagnóstico e do tratamento do câncer de boca no SUS
Adotar hábitos saudáveis como não fumar, ter uma alimentação equilibrada e rica em frutas e hortaliças, ir ao dentista regularmente e estar atento a feridas que não cicatrizam em 15 dias e a lesões suspeitas na boca. Essas são algumas das ações que fazem a diferença na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de boca, quinto tipo de câncer mais comum entre os homens no país, principalmente acima dos 40 anos.
Na Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal, que acontece no início de novembro, o Ministério da Saúde reforça a importância do diagnóstico precoce, que pode ser feito no Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita, na Atenção Primária à Saúde (APS).
Valdecir de Aguiar Silva, de 51 anos, teve sua vida salva ao procurar atendimento em uma unidade de saúde de São José do Rio Preto (SP). O motivo foi uma ferida na boca que não doía e não cicatrizava. Durante o acompanhamento, recebeu diagnóstico positivo para câncer de boca.
“Eu acredito que demorei muito para poder procurar o dentista, porque eu pensei que fosse uma afta. Se você vir alguma coisa diferente na sua boca, ou na sua língua, mesmo que até possa ser uma afta, dê mais atenção. Procure um profissional da área. Essa é a lição que eu tiro da doença”, conta Valdecir, destacando que realizou tratamento de radioterapia e quimioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Relato semelhante tem Carla Claudia de Rezende, de 47 anos. Ao perceber uma ferida na língua, buscou atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Após a confirmação do câncer de boca, precisou realizar procedimentos como a extração de alguns dentes, antes de passar por uma cirurgia e sessões de radioterapia.
“Os profissionais que me atenderam, médicos, enfermeiros, técnicos em radiologia, fizeram toda a diferença na minha recuperação. A agilidade que eles tiveram no meu caso foi essencial para que eu pudesse ter uma vida hoje”, relata sobre o atendimento.
Carla conta a lição que tirou após vencer a doença: “A gente nunca deve protelar, por menor que seja o que você esteja sentindo. Procure auxílio, procure orientação, procure ajuda, porque isso pode fazer diferença na sua vida”.
Tanto Valdecir como Carla foram encaminhados para o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Centro de São José do Rio Preto, que realiza o diagnóstico e encaminha para o tratamento adequado.
De acordo com a gerente do CEO de São José do Rio Preto, Heloísa Amélia Aparecida Garcia Amaral, “a Atenção Básica deve observar se o paciente, independentemente da idade, mas principalmente acima de 40 anos, tem manchas brancas, avermelhadas, feridas que não cicatrizam e nódulos irregulares, por exemplo. No CEO, em casos graves, a biópsia é feita no mesmo dia”, explica.
SAIBA MAIS
O câncer de boca pode aparecer nos lábios, língua, bochechas, céu da boca, entre outros locais da boca. No estágio inicial, pode ser confundido com aftas. Os sintomas começam a se manifestar com a evolução da doença, como úlceras que não cicatrizam, dor, crescimento da lesão e sangramento. A depender do curso e estágio da doença, as pessoas afetadas podem ter comprometimento de áreas da face, necessidade de cirurgia mais invasiva, eventual perda de dentes, rouquidão, dificuldade para engolir, entre outras consequências.
Os casos de câncer de boca são mais comuns em homens a partir dos 40 anos. Os principais fatores de risco envolvem o consumo de tabaco (cigarro, narguilé, cachimbos, charutos), de bebidas alcoólicas em excesso, exposição ao sol na região dos lábios sem proteção e infecção por HPV.
Os sinais mais evidentes de alerta são feridas nos lábios e na boca que não cicatrizaram após 15 dias, manchas e placas vermelhas ou esbranquiçadas na boca e sangramentos sem causa conhecida na cavidade oral. Caso o paciente identifique qualquer sintoma da doença, deve procurar atendimento médico-odontológico.
Mais de 80 mil dentistas atendem hoje pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo mais de 53 mil na Atenção Primária à Saúde, atuantes nas equipes de Saúde da Família e Atenção Primária. Os profissionais estão preparados para fazer o diagnóstico correto e orientar a população sobre o tratamento.
Marina Pagno
Ministério da Saúde
(61) 3315-3580 / 2351