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Saúde Indígena
SESAI apresenta dados sobre COVID-19 em coletiva de imprensa
O Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson da Silva Santos, apresentou dados sobre as ações do Governo Federal para o combate à COVID-19 nas terras e territórios indígenas do país, em coletiva para a imprensa, no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta terça-feira (9/06).
A população indígena brasileira é de quase 800 mil pessoas distribuídas em quase 6 mil aldeias. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) leva atenção primária às estas comunidades por meio de 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) com mais de 14 mil profissionais. São 367 Polos Bases, 67 CASAI (Casa de Saúde Indígena) e 1.199 UBSI (Unidade Básica de Saúde Indígena) distribuídos entre os 34 DSEI.
Os indígenas que moram em cidades são atendidos pela rede pública de saúde dos estados e municípios. “Todo cidadão brasileiro é atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive os indígenas que estão fora das aldeias. Por questões de logísticas, transporte e dificuldade dos indígenas saírem de suas áreas é que a SESAI vai até eles e presta o serviço de atenção básica”, explica o secretário.
De acordo com o monitoramento do Ministério da Saúde, das seis mil aldeias brasileiras, 91,5% não têm casos confirmados de COVID-19. Das 5.852 aldeias, apenas 500 (8,5%) têm casos notificados.
Dentre os 2 mil casos confirmados em áreas indígenas, 86% estão na região Norte do país. A taxa de contaminação é mais alta entre pessoas jovens de 20 a 39 anos, porém a taxa de mortalidade é mais alta entre idosos de 60 a 79 anos.
A taxa de letalidade entre os casos confirmados de COVID-19 é de 3,9% e a taxa de mortalidade de indígenas para cada 100 mil habitantes é de 10,9. “São números diferentes que ficam bem abaixo dos não-indígenas”, afirma Robson.
O baixo índice de contaminação nas aldeias se deve aos procedimentos precoces determinados pelo Ministério da Saúde com orientações técnicas e protocolos a serem seguidos pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) dos 34 DSEI. Além do uso obrigatório de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) nos procedimentos de entrada e saída das aldeias, a orientação é de formação de barreiras sanitárias e isolamento dos indígenas para evitar a disseminação da COVID-19. As unidades de atendimento, equipamentos e transportes dos DSEI estão sendo higienizados com o apoio do Exército Brasileiro. Além disso, os agentes indígenas de saúde (AIS) e saneamento (AISAN) estão repassando, junto com as EMSI, orientações sobre o novo coronavírus à população.
O Ministério da Saúde, por meio da SESAI, investiu 70 milhões na compra de suprimentos médicos, EPI e testes de COVID-19. Os DSEI estão autorizados a realizar compras de suprimentos com dispensa de licitação e contratação, por edital, de profissionais de saúde para compor a Equipe de Resposta Rápida (ERR).
Além disso, a Secretaria está implementando Unidades de Atenção Primária Indígena (UAPI) na estrutura já existente do Sistema Único de Saúde (SUS) com reforço de tanques de oxigênio para dar suporte imediato para quem tem dificuldade respiratória.
Somando as ações interministeriais, o Governo Federal está criando alas indígenas nos hospitais, reforçando o suprimento em hospitais de guarnição do Exército e distribuindo quase 500 mil cestas de alimentos e fazendo barreiras sanitárias para que a população indígena permaneça em isolamento e segurança até o fim da pandemia.
As informações sobre suspeitos, confirmados, descartados, infectados, curados e óbitos são disponibilizadas no Boletim Epidemiológico COVID-19 no site da SESAI: https://saudeindigena.saude.gov.br/