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ATENÇÃO P´RIMÁRIA
Saúde vai aumentar testagem dos casos leves de Covid-19
Com a ampliação da doença para o interior do país, o Ministério da Saúde passa a investir ainda mais na Atenção Primária em testagem e diagnóstico dos casos leves da doença. Com isso, as unidades sentinelas, que apoiam a vigilância no país, passarão a realizar o teste RT-PCR (molecular) nos casos de Síndrome Gripal (SG). Anteriormente, eram coletadas cinco amostras respiratórias por semana nessas unidades de monitoramento, além da rotina de coleta dos hospitais e outras unidades de saúde. A mudança de estratégia foi apresentada, nesta quarta-feira (24), em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
Da mesma maneira, os serviços de saúde que se credenciarem para a modalidade de Centros de Atendimento à Covid-19 também poderão coletar amostras dos casos leves. Dessa forma, cerca de um quarto (22%) da população brasileira será testada para a doença. Os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) continuarão processando as amostras em todas os estados; contudo, com a ampliação do grupo a ser testado, a demanda aumentará e, portanto, o excedente será encaminhado às Centrais de Testagem.
Antes, apenas os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ou seja, casos graves internados e óbitos, tinham prioridade na testagem na rede pública de saúde pelo método RT-PCR (molecular). Quanto aos profissionais dos serviços de saúde e de segurança pública, a recomendação era realizar testes rápidos (sorológicos) somente em pessoas sintomáticas; agora os assintomáticos também poderão ser testados pelo método molecular.
“Nas últimas semanas, percebemos que a doença caminhava para o interior, com uma população que precisava ser assistida. Portanto, abre-se uma janela de oportunidade muito grande para fazermos a testagem da população brasileira, que mora e que vive nesses municípios do interior do Brasil”, declarou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros.
Os demais serviços de saúde do SUS também serão contemplados com a possibilidade de coletar amostras de pacientes com síndrome gripal, mas a proporção será definida de acordo com a capacidade de coleta de cada município. Nesse caso, o Ministério da Saúde recomenda que sejam priorizados os seguintes grupos:
- GRUPO 1 - Trabalhadores de serviços de saúde e segurança;
- GRUPO 2 - Condições de risco: Idosos, cardiopatas, renais crônicos, imunodeprimidos, doenças respiratórias, diabéticos e gestantes de alto risco;
- GRUPO 3 - Grupos de interesse para a saúde pública: crianças menores de 2 anos, indígenas, gestantes e puérperas;
- GRUPO 4 - Instituições de longa permanência para idosos;
- GRUPO 5 - População privada de liberdade.
Outra novidade anunciada na ocasião diz respeito à possibilidade de a Vigilância Epidemiológica local confirmar casos de Covid-19 por outros meios, além do critério laboratorial e clínico epidemiológico, que é feito quando o paciente tem histórico de contato com casos confirmados da doença. Somam-se a ele:
- Critério clínico/imagem – exame de tomografia do pulmão;
- Critério clínico – análise dos sintomas da doença quando não houver possibilidade de confirmação por outros critérios.
A novidade vai ao encontro dos protocolos já utilizados para diagnóstico de outras doenças, uma vez que já são conhecidos os sintomas e características da infecção pelo coronavírus.
Novos testes sorológicos
Entre as novidades apresentadas durante coletiva de imprensa está, ainda, a inclusão de teste sorológico em ambiente laboratorial (ELISA ou ECLIA) para a ação Testa Brasil – que faz parte da estratégia Diagnosticar para Cuidar, que ainda prevê a ação Confirma Covid, com aplicação de testes moleculares em 24,5 milhões de pessoas. Pelo Testa Brasil, o Ministério da Saúde pretende realizar 22 milhões de testes sorológicos, que identificam resposta do organismo à infecção pela Covid-19, ou seja, o anticorpo. Essa ação ajuda a entender a progressão do vírus no país.
“O teste sorológico do tipo ELISA ou ECLIA traz como vantagem maior segurança e precisão, por ser realizado em ambiente laboratorial. Isso garante maior rastreabilidade das amostras e inserção do resultado no sistema de Gerenciamento Laboratorial”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros.
Para isso, serão adquiridos 12 milhões de testes sorológicos ELISA ou ECLIA para distribuição aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) de todos os estados. A essa estratégia soma-se os 10 milhões de testes rápidos (imunocromatografia) já distribuídos aos estados pelo Ministério da Saúde.
Parcerias do Ministério da Saúde
Os centros para testagem em massa da Covid-19 já começaram a operar no país. Desde 29 de maio, o laboratório DASA tem realizado exames para o SUS. Até essa terça-feira (23), foram aplicados, por meio da parceria, 16,9 mil testes moleculares, sendo que 15,8 mil resultados já foram finalizados. Atualmente, a DASA faz 3,5 mil exames por dia, mas a capacidade máxima planejada é de até 30 mil exames por dia até o final do prazo de execução da parceria.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem dois centros de testagem com capacidade para 7,5 mil exames por dia. A unidade do Paraná realiza, neste momento, 5 mil testes por dia, e a unidade do Rio de Janeiro, 2,5 mil testes diariamente. Em breve, a unidade da Fiocruz no Ceará também estará apta para colaborar.
Diagnosticar para Cuidar
É uma estratégia nacional de vigilância epidemiológica e laboratorial para a Covid-19. O programa, que traz fases de atuação durante todo o ano, tem o objetivo de avaliar o comportamento do vírus no país, assim como a velocidade da expansão da infecção ao longo do tempo e por região. O plano é dividido em duas frentes: a “Confirma Covid-19”, que irá utilizar o teste RT-PCR. Este método identifica o vírus em amostras respiratórias em até sete dias do início dos sintomas, ou seja, quando o vírus está agindo no organismo do paciente.
A segunda frente é o “Testa Brasil”. Esse teste identifica a resposta do organismo à infecção pela Covid, ou seja, o anticorpo. Ele deve ser feito a partir do oitavo dia de início dos sintomas, tempo suficiente para que o organismo desenvolva defesa contra o vírus. São testadas as pessoas com sintomas da doença.