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Covid-19
Missão nas aldeias Yanomami testa indígenas para Covid-19
A primeira etapa da missão interministerial de reforço no combate à Covid-19 em populações indígenas de Roraima terminou hoje, após dois dias prestando atendimentos nas aldeias Yanomami. Equipes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde, do Ministério da Defesa e da Fundação Nacional do Índio (Funai) levaram atendimento médico e insumos às comunidades Yanomami, nas áreas de fronteira do país.
As aldeias Yanomami que foram atendidas e receberam os insumos foram Auaris, Waikás e Surucucu. Foram mais de 250 atendimentos médicos realizados e todos os testes para Covid-19 entre a população indígena, durante a missão, deram resultado negativo para o coronavírus. Nesta quinta-feira (02), a missão continua no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste de Roraima, na terra indígena Raposa Serra do Sol, onde mais três comunidades serão atendidas.
"Não detectamos nenhum caso positivo para a Covid-19 na região. Isso é um bom sinal, de que o trabalho que vem sendo feito pelo Governo Federal e por todos os órgãos de apoio, que prestam serviço nessa região, tem apresentado bons resultados e tem sido efetivo para o combate à Covid-19 em terras indígenas", destacou o secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva. Essa é a quinta missão interministerial para levar atendimento médico e reforçar o enfrentamento à Covid-19 entre a população indígena.
Atendimento Médico
No total, foram realizados 253 atendimentos médicos – 50 em pediatria, 44 de ginecologia, 100 de clínica médica geral, 49 em infectologia e 10 exames de ultrassonografia. Também foram realizados 598 procedimentos de enfermagem – 278 triagens, 209 testes para Covid-19 (todos negativos) e 111 entregas de medicamentos. Além do atendimento médico, os Polos Base de Auaris, Waikás e Surucucu também receberam insumos como máscaras cirúrgicas, álcool 70%, avental hospitalar, luvas, toucas e protetores faciais, medicamentos como cloroquina e azitromicina, além de testes rápidos.
Para reforçar o atendimento médico, 21 profissionais de saúde das Forças Armadas trabalharam em parceria com as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde. Atualmente, a região conta com 1.762 profissionais de saúde da SESAI realizando o atendimento de Atenção Primária aos indígenas nas aldeias, sendo 725 profissionais no DSEI Yanomami e 1.037 no DSEI Leste de Roraima. São agentes de saúde e saneamento, agentes de combate a endemias, médicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, entre os profissionais da área.
Distribuição de Cestas de Alimentos
A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) enviou 426 cestas de alimentos para seis comunidades, apenas nesta semana, nas terras indígenas Yanomami e Raposa Serra do Sol. Só no mês de maio já foram entregues nove mil cestas, mais de 200 toneladas de alimentos. O objetivo é fornecer alimentação básica para as aldeias, já que neste período de pandemia a recomendação aos indígenas é que não saiam de suas comunidades e não permitam a entrada de pessoas que não sejam da aldeia.
A entrega de cestas tem apoio do Exército Brasileiro e do Ministério da Saúde, por meio da SESAI, na higienização das cestas e no transporte dos alimentos.
Insumos
No total, foram entregues 87,6 mil máscaras cirúrgicas; 1,4 mil unidades de álcool 70%; 5,3 mil testes rápidos; mil aventais hospitalares; 300 protetores faciais; 87,6 mil toucas; 400 macacões; 1,6 mil máscaras de proteção respiratória; mil luvas e 297 mil comprimidos de medicamentos como cloroquina; azitromicina; prednisona e paracetamol.
No DSEI Yanomami a população indígena é de aproximadamente 28 mil pessoas. São duas etnias (Yanomami e Yekuana) e 366 aldeias em um território de 96,6 mil m². A população local conta com 78 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI); 37 Polos Base e 1 Casa de Saúde Indígena (CASAI). Já no DSEI Leste de Roraima são, aproximadamente, 52 mil indígenas de sete etnias em uma área de 69, 7 mil km². São 285 UBSI, 34 Polos Base e 1 CASAI prestando atendimento à população indígena.
Outras Ações
Ao longo do período da pandemia, o Ministério da Saúde tem desenvolvido estratégias para aprimorar o atendimento e uma das mais recentes é a criação da Unidade de Atenção Primária Indígena (UAPI). As unidades vão fortalecer os serviços de atenção primária à saúde indígena no atendimento desta população proporcionando o acolhimento dos casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG) e identificação precoce de casos de Covid-19. Além disso, já foram instaladas alas indígenas em hospitais de Manaus (AM) e Macapá (AP), Vale do Javari e Pará (Belém, Marabá, Santarém) e Roraima (Boa Vista).
Também foi elaborado um Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo coronavírus em Povos Indígenas que detalha como as equipes de saúde devem agir conforme cada caso. Os DSEI também elaboraram seus respectivos Planos de Contingência Distritais para as diferentes situações de enfrentamento da Covid-19, respeitando as características de cada povo e suas necessidades específicas. Todo esse planejamento e estudo antecipado resultam em atendimentos rápidos e eficientes executados diretamente nas aldeias.
Em todos os casos, as equipes dos DSEI têm agido dentro do previsto no planejamento e realizado o isolamento de infectados, casos suspeitos e a transferência para a rede pública estadual e municipal dos pacientes que necessitem de suporte especializado em hospitais. Para isso, a SESAI emprega uma grande frota de veículos, embarcações e aeronaves para levar os indígenas em segurança até as cidades mais próximas que ofereçam o atendimento necessário.
Para oferecer atendimento rápido em situações de emergência, a Secretaria autorizou a contratação de 34 equipes de resposta rápida para atuar em cada DSEI. As equipes compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem ficam disponíveis 24 horas para partir para o território indígena que apresentar, eventualmente, um aumento de casos repentino, reforçando assim o trabalho das equipes multidisciplinares de saúde indígena que já se encontram atuando normalmente nas aldeias.
Por Nicole Beraldo, da Agência Saúde
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